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Dois grandes projetos que visam a melhoria da mobilidade de Belo Horizonte utilizando o subterrâneo da cidade estão em curso, mas sem a sintonia que os especialistas defendem. A futura Linha 3 do metrô, entre a Lagoinha e a Savassi, poderia abrigar, em suas estações, estacionamentos anexos no subsolo, mas os estudos dessas áreas para guardar veículos não conversam com o planejamento do trem. Segundo a Metrominas, órgão do Estado que recebeu a atribuição de elaborar o projeto executivo da expansão do metrô, não há conhecimento sobre a integração dos estacionamentos com as estações.
O que se sabe, informou a assessoria de imprensa da Metrominas, é que foi realizada uma sondagem para que não haja, no futuro, conflito entre as obras. Estaria de fora, porém, uma possível integração. Os estacionamentos subterrâneos são uma das apostas da Prefeitura de Belo Horizonte para melhorar a fluidez do trânsito no Centro, mas o projeto vai atrasar mais uma vez. Previsto para ser lançado em setembro do ano passado, o edital para construção das garagens ainda não foi divulgado. O motivo é que o projeto está sendo revisado. Portanto, ainda há tempo para que o município incorpore a proposta de integração, a partir do projeto do metrô.
"É imprescindível que os estacionamentos tenham compatibilidade com o trem. As pessoas podem deixar o carro na garagem e continuar o percurso no transporte público", afirma o urbanista Sérgio Myssior, membro do conselho superior do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-MG). O projeto da prefeitura prevê a construção de cinco estacionamentos subterrâneos, com um total de 2.354 vagas. Dois deles na Praça 7 (Centro) e na Fernandes Tourinho (Savassi) coincidem com o itinerário do metrô. Um terceiro, o da área hospitalar, poderia ser concatenado com um ramal férreo previsto para a região.
MOROSIDADE Apesar de a prefeitura justificar que o atraso acontece por uma revisão na proposta, o que se fala nos bastidores é que faltou, pela terceira vez, interesse de investidores no projeto dos estacionamentos.
A contrapartida tem que ser viável, mas não é isso que está acontecendo, frisou uma fonte, que pediu para não ser identificada.
Longos prazos até a primeira obra
A previsão era a de que a primeira das cinco garagens subterrâneas fosse concluída no segundo semestre de 2015, prazo que dificilmente será cumprido. Após a divulgação do edital de licitação, há os períodos de escolha da empresa vencedora, de contestação e de homologação do contrato. Quem ganhar o certame terá 300 dias para iniciar as obras e outros 540 para concluí-las, ou seja, dois anos e meio.
Para uma permanência de duas horas, o teto máximo que poderá ser cobrado nas garagens, estipulado pela prefeitura, é de R$ 18. Hoje, um estabelecimento particular na região hospitalar exige R$ 10 por hora. Já para deixar o veículo no estacionamento rotativo, hoje regulamentado em 813 quarteirões da cidade, o motorista paga R$ 3,40 por folha. Dependendo do local, ele pode permanecer por uma, duas ou cinco horas. Hoje são 98.532 vagas.
O arquiteto e urbanista Túlio Lopes considera o estacionamento no subsolo como uma alternativa para melhorar a fluidez no trânsito. É uma solução extremamente positiva porque não tem interferência no cenário urbano do município e ajuda na ambientação da cidade.
Fonte: Hoje em Dia (BH), 29 de julho de 2014

Categoria: Geral


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