A repaginada inclui tanto áreas de entretenimento e lazer quanto lojas. E, é claro, vagas de estacionamento - hoje são 130 mil, informa a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers).
De acordo com a pesquisa, há demanda para construir dois novos shoppings na zona sul, um na norte, um na leste e outro na oeste.
Os números provam que paulistano adora um shopping. Cerca de 2,9 milhões de pessoas vão a esses centros por dia na capital paulista.
Até dezembro, quando o comércio alcança o pico natalino de vendas, São Paulo terá quase mil novas lojas. Só em shoppings.
O aumento de dinheiro em circulação, impulsionado pela ascensão das classes C e D, é um dado respeitável. Tanto que a zona sul vai ganhar um shopping voltado para a nova classe média. O Mais Shopping Largo 13, em Santo Amaro, é um investimento de R$ 200 milhões.
"É uma classe que quer ofertas de acordo com as suas necessidades", explica Marcos Romiti, CEO da REP Centros Comerciais, responsável pelo empreendimento.
O shopping classe C vai ter 400 lojas, além de oito salas de cinema no formato "stadium" (iguais às do Cidade Jardim, 40 cm de distância entre uma poltrona e outra). Quando o assunto é conforto, não há distinção social. Todos querem ar-condicionado, praça de alimentação e opções de entretenimento.
Fenômeno paulistano
Seja na classe A, seja na classe C, São Paulo exibe outra característica bem peculiar que ajuda a explicar o "boom" dos shoppings. É o fenômeno chamado de "bairrização" da cidade: ou seja, alguns bairros ostentam perfil - e dinheiro - de uma verdadeira cidade grande.
Um bom exemplo é o Pátio Higienópolis. No final dos anos 1990, os moradores chegaram a organizar um abaixo-assinado contra a obra. Hoje, o lugar vive lotado e está prestes a inaugurar uma nova ala.
Até o trânsito tem contribuído para a proliferação de shoppings. Como o paulistano não encontra disposição para encarar mais engarrafamentos por uma simples comprinha, o ideal é que ele encontre tudo o mais perto possível de sua casa.
Mesmo os dois recentes assaltos a lojas no Cidade Jardim não afetaram a popularidade dos shoppings. Luiz Fernando Veiga, presidente da Abrasce, afirma que os crimes não afetam a imagem dos centros comercias. "Nenhum frequentador sofreu arranhão nos assaltos", diz.
Fonte: BOL Notícias, 20 de junho de 2010