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Medições realizadas na marginal Tietê mostram que ela extrapola todos os limites de barulho aceitos nas normas técnicas brasileiras. A Dersa, estatal de transportes do Estado, realizou a medição em dez pontos a partir de exigências do processo de licenciamento ambiental da construção da terceira pista da via, aberta para tráfego em março de 2010. Em ruas residenciais do Bom Retiro ou do Pari, bairros da região central paulistana, o nível de ruído é muito intenso, inclusive à noite. O governo do Estado terá de lidar com o problema, segundo a Prefeitura de São Paulo, que licencia a obra. As soluções possíveis são a instalação de barreiras antirruído ao redor das pistas - como já ocorre no trecho oeste do Rodoanel - ou trocar o asfalto das vias por um material menos barulhento. Tais soluções são comuns em estradas e avenidas europeias próximas a residências, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
Moradores do entorno da marginal ouvidos pela Folha dizem estar acostumados com o som do trânsito. "Percebi que o barulho aumentou um pouco depois da inauguração da Nova Marginal", diz Lusimar Nascimento, moradora do Bom Retiro. A casa de Lusimar fica a menos de 200 m das pistas. "Mas não incomoda. Moro aqui faz dois anos e já estou bem acostumada. Eu, meu marido e meus filhos dormimos sem problemas. Quando vou para um lugar silencioso é que fico incomodada", diz.
Adaptação
Presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, José Eduardo Dolci diz que, mesmo com a adaptação ao ruído, os vizinhos estão sujeitos a problemas. "O nosso cérebro se adapta. Dentro de uma balada, por exemplo, o barulho inicialmente incomoda tremendamente", afirma Dolci. Depois de um tempo, segundo o médico, o incômodo diminui. Abaixo de 80 decibéis, afirma ele, não há lesão auditiva. Mas o volume medido na Nova Marginal "causa prejuízo ao sono, e dia após dia traz prejuízo à saúde, diminuindo a concentração". Nas vizinhanças da marginal, a menos de 100 metros, existem centenas de residências, escolas, universidades e um grande hospital, o da Vila Maria, zona norte da cidade. Além de barreiras antirruído e mudança do asfalto, o estudo da Dersa aponta uma alternativa radical para resolver o problema de barulho: retirar casas, apartamentos e comércios do entorno, deixando só indústrias. A realidade, no entanto, é outra. Trechos da marginal Tietê, nas zonas oeste e leste, têm sido alvo de vários lançamentos imobiliários.
Fontes de barulho começam a entrar na pauta do poder público
A diversidade de fontes de poluição sonora está se tornando objeto de preocupação do poder público e da população nas grandes metrópoles brasileiras. Entre essas fontes de poluição estão as máquinas de construção civil, os congestionamentos, as atividades industriais e o número excessivo de pessoas concentradas em locais fechados. Leis municipais que tentam impor certos limites aos ruídos existentes hoje de nada adiantam se a fiscalização dos órgãos públicos competentes não for eficiente. A poluição sonora pode trazer sérios problemas de saúde e de qualidade de vida para as pessoas, além de provocar alterações auditivas irreversíveis a quem está constantemente exposto a ela.
Lista extensa
A lista de problemas é extensa: insônia, estresse e consequências que daí advêm, como mudança de comportamento, dificuldade de concentração, cansaço, aumento da pressão arterial, queda do rendimento escolar ou no trabalho, dores de cabeça, redução da capacidade de comunicação e de memorização, distúrbios neurológicos, cardíacos, circulatórios e gástricos entre outros. A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que um som ou ruído deve ficar em até 50 dB (decibéis) para não causar prejuízos à saúde e à qualidade de vida. A partir de 85 dB, o barulho começa a causar lesões irreversíveis no sistema auditivo das pessoas. Quanto maior for o ruído ao qual a pessoa está exposta, maior a relevância das lesões.
Fonte: Folha de S. Paulo, 14 de abril de 2011

Categoria: Geral


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