Ele explica que Perdizes, por exemplo, é um bairro com muitos prédios residenciais, onde os visitantes e até moradores costumam estacionar seus carros na rua.
"Em Pinheiros é diferente. Lá existe muito comércio, e os compradores param por pouco tempo na rua", afirma Mingardi.
O especialista diz que roubo de carro (quando o assaltante ameaça o dono do veículo) tem uma característica diferente: ocorre em regiões mais pobres da cidade.
Os dados da Secretaria da Segurança Pública reforçam essa tese. A delegacia onde mais se registraram roubos de carros foi a de São Mateus (extremo leste), seguida por Jabaquara e Campo Limpo (zona sul), bairros que vêm registrando crescimento, mas que ainda têm várias áreas de baixa renda.
Os bairros campeões dos pequenos furtos (carteiras, celulares etc.) são os mais centrais, onde há grande circulação de pessoas.
Só no 1º DP (Sé), foram registrados 2.513 furtos no primeiro trimestre deste ano, quase 30 por dia. Em seguida, vem o 3º DP (Santa Ifigênia), com 1.454. Somados, os dois DPs respondem por 10% de todos os furtos da cidade.
As duas áreas também são campeãs de roubos, excluindo carros, cargas e bancos.
Trânsito
Os dados oficiais reforçam o quanto é arriscado estar dentro de um carro nas ruas da capital. No trimestre, houve o registro de 156 homicídios culposos (sem intenção) em acidentes de trânsito na cidade. Em toda a cidade, foram 13 homicídios culposos em outras circunstâncias. A diferença em relação aos feridos também é enorme. Enquanto 6.131 pessoas tiveram lesão corporal no trânsito, fora dele são 319 ocorrências.
O DP do Bom Retiro, primeiro dessa lista, registrou oito mortes causadas por acidentes de carro no trimestre.
Fonte: Folha de S. Paulo, 16 de abril de 2011