O carro de Sebastião é uma Brasília de 38 anos, a mesma a idade dele. "Está toda quebrada por baixo, na parte de suspensão", diz. Mas ele não levará o carro para fazer a inspeção. "Esse aqui, com certeza, não passaria. Seria muita despesa e não compensaria. Eu gastaria algo em torno de R$ 4 mil", avalia.
Juliano gastou metade desse valor. Doeu no bolso, mas ele deixou o carro em ordem e só foi aprovado na terceira tentativa. "A gente não tem condições de comprar um carro novo. A gente tem que gastar", explica.
A inspeção força os donos de carros, motos, caminhões e ônibus a andar com o motor regulado. A exigência é proporcional ao ano de fabricação do veículo. Um carro fabricado em 1968 deve emitir poluentes de acordo com a tecnologia da época. Já um automóvel produzido em 2009 deve seguir outra exigência.
O problema é que muitos motoristas não levam o veículo para a inspeção. Quase metade da frota da capital tem mais de 20 anos de uso.
"Antigamente nós não tínhamos catalisador. O catalisador por si só, injeção eletrônica e esse controle que foi colocado nos carros mais novos, eles reduzem e dividem por dez a poluição", calcula o professor de engenharia mecânica da Poli-Usp Francisco Nigro.
Fonte: revista AutoEsporte, 18 de abril de 2011