O projeto para irrigar o crédito é reativar as operações de leasing, também chamado de arrendamento mercantil, uma operação que, de forma simplificada, é um aluguel com opção de compra.
O proprietário (arrendador ou empresa de arrendamento) de um carro ou imóvel cede a um consumidor (arrendatário) o uso desse bem por prazo determinado e recebe em troca uma prestação.
As restrições de crédito ao consumidor, impostas por causa da alta inadimplência, são, na avaliação de montadoras e governo, o maior limitador do mercado de veículos neste momento.
A modalidade já correspondeu a 38% das operações de crédito para veículos em seu auge, em 2008, mas, por causa de insegurança jurídica, caíram para apenas 2%, segundo a Anfavea (associação das montadoras).
O problema foi que as instituições financeiras eram cobradas por multas e impostos de responsabilidade dos motoristas. Uma medida provisória aprovada pelo Senado nesta semana tenta corrigir a distorção ao explicitar a responsabilidade do comprador sobre infrações e encargos.
A MP trata originalmente da ampliação da capacidade de armazenagem de grãos, mas traz um artigo sobre o tema de arrendamento.
O texto ainda precisa ser sancionado pela Presidência. A Anfavea espera que isso ocorra em breve e prevê uma atuação mais ativa dos bancos com a modalidade já a partir de outubro.
Segundo a associação, a restrição de crédito foi a principal responsável pelo desempenho abaixo do esperado nas vendas de setembro. No acumulado deste ano, a retração já chega a 0,3%.
Neste ano, o crédito para veículos é o que apresenta o menor crescimento entre as principais linhas para pessoa física. O estoque da modalidade cresce 0,4%, percentual bem abaixo do registrado nos anos de euforia, quando chegou a avançar até 50%.
Fonte: portal G1, 5 de outubro de 2013