Instalou faixas no capacete, na jaqueta, no baú e na motocicleta. Mandou pôr o protetor para as pernas e a antena pra evitar a linha com cerol das pipas. A placa agora é vermelha.
"As pessoas vão me ver agora como um motofretista, como profissional, não marginalizado como antigamente. Melhor para a gente, depois disso tudo vai valorizar nosso trabalho", afirma o motofretista à reportagem do Bom Dia Brasil.
Já o motoboy não procurou se adequar às novas regras porque, entre outros motivos, não vai poder transportar ninguém na garupa com a moto de trabalho. "Tem muito pai de família que usa a moto para trabalhar e para passear, vai ter que ter duas motos", ressalta Jaildo Santos de Souza, motofretista.
O sindicato que reúne parte da categoria diz que é a favor da regulamentação, mas o presidente da entidade calcula que cada motoboy deve gastar cerca de R$ 850 com as mudanças na moto, o curso e a confecção dos novos documentos.
"Se você for ver no salário em média do motoboy, que está em media de R$ 1,5 mil na capital, para ele gastar esse valor é salgado", diz Gilberto Almeida, presidente do Sindicato dos Motoboys de São Paulo.
Não adianta comprar os equipamentos se a cidade não reconhecer a profissão de motofrete. De acordo com o Detran, dos 645 municípios do estado de São Paulo, apenas 13 já regulamentaram a profissão.
O Detran paulista defende um novo prazo para os motoboys. "Achamos ainda que a quantidade de pessoas que fizeram o curso é muito pequena frente ao universo total", afirma Daniel Annenberg.
O Departamento Nacional de Trânsito, Denatran, disse que não há previsão de um novo adiamento na fiscalização da lei.
Fonte: programa Bom Dia Brasil (Rede Globo), 22 de janeiro de 2013