Esse movimento dos paulistanos não é novo, segundo Luiz Paulo Pompeia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio). "Em um primeiro momento a fuga ocorreu para as cidades da região metropolitana, como Cotia, Barueri, Osasco, Santana do Parnaíba, Guarulhos, onde as pessoas se fecharam em condomínios. Porém, por causa do trânsito gerado nos acessos à capital devido ao grande volume de veículos, elas passaram a procurar locais mais distantes, como Vinhedo, Jundiaí, Valinhos, Itu, Sorocaba", diz.
A busca por segurança é apontada por Flávio Amarys, vice-presidente do interior do Secovi (Sindicato da Habitação), um dos principais motivos da migração dos paulistanos para um raio de 100 km da capital. Ele acredita que o crescimento do número de pessoas que deixam a cidade de São Paulo vem ganhando força com a descentralização das indústrias e universidades, o avanço da tecnologia, que encurtou distâncias, e a melhoria das estradas.
Pompeia aponta ainda o baixo custo de vida e a ausência de trânsito como outros fatores que influenciam na fuga dos paulistanos. "Com o valor de casa geminada na Vila Mariana, por exemplo, compro no interior um terreno de 500 metros, faço uma bela casa com piscina e ainda sobra dinheiro para os móveis e o carro", compara.
Fonte: Diário de São Paulo, 22 de janeiro de 2013