A sensação de superlotação na Paulista ocorre principalmente por causa do maior gargalo da Linha 4: o túnel que liga a parada à Estação Consolação, na Linha 2-Verde (Vila Prudente-Vila Madalena). Dados da ViaQuatro, concessionária que administra a Linha 4, mostram que 80% das pessoas que usam a Estação Paulista passam pelo corredor - ou seja, 240 mil por dia.
A ViaQuatro já estuda construir uma nova saída da estação, pela Rua Bela Cintra, para desafogar o túnel.
No "tubo" ou "corredor da morte", como já foi apelidado, há a tecnologia de esteiras rolantes para agilizar o percurso e piso tátil para deficientes. A lotação, porém, é tanta que parte desses recursos se mostrou inútil: as esteiras rolantes são desligadas no horário de pico "por segurança" e por não suportar o fluxo de usuários espremidos na passagem.
As escadas rolantes ficam direcionadas para um só sentido do túnel. O piso tátil também é inutilizado: para tentar organizar o caos no corredor, os funcionários da ViaQuatro instalam fitas divisórias bem em cima do piso para os deficientes.
"Com a operação de uma nova linha, como a 4-Amarela, conhecida como de integração, porque cruza três linhas da CPTM e três do Metrô, é natural que haja um novo acomodamento da rede e algumas estações fiquem mais carregadas e outras menos", informou o Metrô, por meio de nota.
Para o engenheiro civil Creso de Franco Peixoto, professor da FEI, há um descompasso entre a oferta e a demanda. "Coloca-se a linha para funcionar e meses depois já está saturada. Por quê? Porque a capacidade de construção do metrô em São Paulo é muito menor do que a demanda", disse. "O tamanho do túnel é adequado. O problema é a necessidade de mais linhas."
Fonte: O Estado de S. Paulo, 26 de abril de 2012