O auge do setor ocorreu em novembro de 2010, com a concessão de R$ 547 milhões.
Os números, com base em dados do Banco Central, são explicados pelo crescimento dos atrasos superiores a 90 dias nos pagamentos - quando se configura a inadimplência. No mês passado, o indicador alcançou 5,7%, o maior percentual da história.
"Se antes eram 7 fichas (de pedidos de empréstimo) aprovadas em 10, hoje estamos em 5 (em 10)", afirma Gilson Carvalho, presidente da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef), que atribuiu o maior rigor das financeiras ao crescimento dos atrasos.
De acordo com Carvalho, no caso dos bancos não ligados à indústria automobilística, o número de recusas tende a ser maior, já que eles não são tão agressivos nas concessões de crédito.
O movimento se refletiu nas vendas de automóveis no primeiro trimestre: houve queda de 0,8% nos licenciamentos na comparação com o mesmo período do ano passado. A produção caiu 10,9% na mesma comparação.
Na tentativa de reanimar o mercado, os bancos públicos reduziram no início deste mês as taxas para financiamento de veículos. O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, por exemplo, passaram a praticar pisos de 0,99% e 0,98% ao mês, respectivamente. Itaú, Bradesco e HSBC também anunciaram pisos inferiores a 1% ao mês.
Nesse cenário, as montadoras esperam melhora nas vendas de veículos a partir de maio. A previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é que as vendas no mercado interno cresçam 5% neste ano, somando 3,8 milhões de automóveis.
Fonte: Folha de S. Paulo, 28 de abril de 2012