Nas operações que tentam garantir um trânsito menos violento nas ruas de São Paulo também foram apreendidas 110 armas, a maioria pistolas e revólveres calibre 38, com munição. Duzentas e treze armas brancas, como facas, punhais e de brinquedos, estão na lista. Elas estavam em porta-luvas e porta-malas ou com os motoristas.
Segundo dados da PM, 13.469 blitze foram feitas desde 2008. Cada uma delas tem a participação de aproximadamente 14 policiais militares. A média de permanência em cada trecho no entorno de bares e restaurantes é de até uma hora e meia, mas algumas vezes pode ser menor. Essa é uma tática adotada pela PM desde o ano passado para pegar motoristas que fogem das blitze trocando informações pela internet.
Olhar
A ampliação do horário das operações para as 6h, no mês passado, também deve contribuir para o aumento de apreensão de armas e prisão de envolvidos em outros crimes. "Seja qual for a operação, o olhar do policial sempre estará direcionado aos crimes, pois é a missão original da Polícia Militar", afirma o capitão Emerson Massera, porta-voz da PM.
Para a estudante A.J., que já soprou o bafômetro duas vezes e foi multada em uma delas, as blitze são válidas porque ajudam a identificar crimes à noite. "Às vezes, é um carro, com tudo escuro, e a pessoa está como vítima. Só seria flagrado em uma blitze mesmo." Ela, porém, critica algumas ações, como vistorias no veículo. "Tem policial que quer olhar tudo, acho que tem um limite", afirma.
De acordo com o advogado criminalista Leandro Sarcedo, não há ilegalidade na forma de abordagem dos policiais. "O motorista pode se negar a fazer o teste, mas não pode impedir que os policiais olhem seu carro", afirma. Apesar disso, o advogado acredita que a busca acaba, atualmente, causando certo constrangimento.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 14 de novembro de 2011