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No início, era um jipe. Nascido nas pranchetas da Ford para concorrer com os carros das marcas Jeep e International Harvest, na década de 1960, o Ford Bronco fez história ao longo de 30 anos no mercado norte-americano. E deixou saudades, afinal, sua construção simples e robusta, mas que agradou seu exigente consumidor, deram gás a este utilitário entre 1966 e 1997, relata reportagem do site webmotors.
O Ford Bronco, diferente de outros veículos do mercado, foi projetado com chassi, suspensão, corpo e alma próprios. Nasceu na fábrica de caminhões Ford em Wayne, Michigan, sob o comando de Donald N. Frey, Paul Axelrad e o lendário Lee Iacoocca (que também criou o Mustang).
No início, Iacocca orientou o projeto do utilitário para que tivesse conforto de automóvel, mas que fosse forte como um caminhão. E o carro também deveria ser barato, seguindo a estratégia do Mustang. Por isso deu trabalho à área de engenharia, que desenvolveu eixos estreitos, freios específicos, bitola diferenciada, molas e todo um conjunto especial para a novidade. O objetivo era criar um veículo 4X4 destinado ao lazer.
O motor era um 6 cilindros em linha (conhecido como Straight-six) de 2,8 litros e 105 cv, este sim já conhecido, pois equipava o modelo Falcon. O Ford Bronco tinha câmbio manual, freios a tambor e um acabamento bastante simples.
As linhas exteriores também não eram atrativas, com grade simples, faróis redondos, ângulos retos e estranhas calotas que pareciam formar espirais. Na versão mais simples, custava US$ 2,194 mil.
A publicidade apontava que a maior qualidade do Ford Bronco era a sensação única de dirigir um veículo 4X4: "Deixe o Ford Bronco trazer um novo estilo para sua vida", dizia um anúncio da época.
Sucesso imediato
O Ford Bronco fez um tremendo sucesso, principalmente entre as famílias que queriam um veículo diferente para viajar no final de semana e para enfrentar terrenos acidentados. Afinal, os grandes carros da época tinham suspensão muito confortável que chegava a ser incômoda, e o Bronco era uma alternativa interessante.
Logo após as primeiras unidades entregues, o público pediu por um motor de melhor desempenho e a Ford lançou a opção do V8 4,7 litros, que logo em 1968 seria substituído pelo motor V8 302, de 200 cv, que também viria a equipar o Maverick e a linha Galaxie no Brasil.
Com vendas crescentes, a Ford lançou uma série de acessórios para o Bronco como limpador de neve, reboque, molas auxiliares e uma série de outros mimos, que resultaram no lançamento da série Sport.
Em 1971, com a chegada do Bronco Baja, produzido por uma empresa da Califórnia que trazia direção hidráulica, câmbio automático, rodas largas e pintura especial, a Ford observou que esses opcionais também fariam bem ao seu utilitário. Em 1973 entrariam no catálogo da fábrica, disponível para todo o país.
O carro mudaria pouco nos anos seguintes, mas o suficiente para mantê-lo na frente em termos de vendas. Só perdia para a GM Blazer, que era bem mais confortável e potente, e por isso, mais cara. As mudanças cosméticas também tinham um motivo: a crise do petróleo que gerou impacto negativo nas vendas.
Novas gerações
Em 1978, a Ford lançou o Bronco II, derivado da linha F-100. Equipado apenas com motores V8 (o 351 de 5,8 litros e também o motor 400, de 6,6 litros), e linhas totalmente renovadas (e ampliadas), o carro fez um sucesso de tremer a concorrência.
O novo Ford Bronco não era mais um jipinho, mas sim um full size 4X4 com grandes motores e incontáveis séries especiais.
Suas linhas eram modernas, com nova grade, faróis quadrados e muito conforto com bancos individuais, console, painel completo e uma série de itens de segurança. Para o consumidor havia a versão Custom, mais despojada; Ranger, para uso urbano com acabamento aprimorado, e a Lariat, de luxo. Pouco a pouco, a Ford concluiu que o público gostava mais da versão wagon, que acomodava até seis pessoas, e que o perfil de uso do Bronco era mesmo o percurso urbano.
Logo em 1980 chegava a terceira geração do Ford Bronco. Sua maior mudança era o reposicionamento do modelo, que podia ter desde o motor 6 cilindros 4,9 litros até o V8 351 Windsor, com 5,8 litros. Nesta geração foi o primeiro utilitário a ganhar injeção eletrônica, em 1985. A idéia da Ford era conseguir concorrer com vários veículos, como os utilitários da Toyota, os modelos da Jeep e também com a temida Dodge Ram, que ganhava mais espaço no mercado a cada ano.
Em 1987 o Bronco mudou de novo, e para melhor, sem o exagero visto desde 1978. Com linhas mais retas e simplificadas, bem parecidas com a Ford Ranger e Explorer vendidas no Brasil. Em 1991 foi lançada a série especial 25 anos, com pintura exterior vermelha e interior cinza.
Em 1992 veio a última geração, que tinha linhas arredondadas, embora mantivessem a herança da simplicidade. O novo Bronco era mais seguro e incorporava até air bags laterais, mas o público preferia cada vez mais os SUVs, confortáveis e fáceis de dirigir como automóveis, e robustos como utilitários.
Com isso, em 1996 a marca anunciou o fim da produção do Ford Bronco, e lançou ao mesmo tempo o modelo Expedition, SUV produzido até hoje.
Fonte: Webmotors, novembro de 2011

Categoria: Mundo do Automóvel


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