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No Distrito Federal, uma das dores de cabeça de quem precisa enfrentar o trânsito surge antes mesmo de sair de casa, ao se pensar se há no lugar de destino vagas suficientes. E se não tem, muitos motoristas dão um jeitinho: param onde não deveriam. Conforme dados do Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF), estacionar em locais proibidos foi a quarta infração mais registrada no ano passado, com 91.791 mil multas - são 251 por dia e dez por hora. As soluções para oferecer alternativas ao brasiliense, ao menos na área central de Brasília, ainda vão demorar a sair do papel.
Carros parados em fila dupla, em vagas preferenciais e até em faixas de pedestres foram flagrados pela equipe do Jornal de Brasília em áreas movimentadas do Plano Piloto, Ceilândia e Taguatinga. Na área central do DF, a expectativa é de que a criação de estacionamentos subterrâneos supra a demanda. A obra deverá ser construída abaixo do gramado central da Esplanada dos Ministérios, entre o Congresso Nacional e a Rodoviária do Plano Piloto. Neste momento, segundo a Secretaria de Governo, os estudos de viabilidade estão sendo analisados por técnicos da pasta. Após este procedimento, será aberta a etapa de consulta pública. A estimativa do órgão é que isso seja feito em três ou quatro meses.
Ousadia
Enquanto os prazos não vencem, nas ruas, mesmo com a atuação do Detran para coibir a prática de estacionar ilegalmente, muitos motoristas insistem em permanecer no erro e os flagrantes de desrespeito às leis são os mais variados. Há quem estacione em vagas especiais, em locais destinados ao Corpo de Bombeiros e, também, existem os mais ousados que resolvem deixar o carro em cima da calçada. As áreas mais críticas do Plano Piloto são os locais como os setores comerciais Sul e Norte, bancários, de autarquias, hospitalares, além de algumas entrequadras de maior movimentação. Nestes locais, as irregularidades acontecem de forma indiscriminada e conseguir estacionar corretamente é considerado um verdadeiro desafio pelos condutores. Para o Detran, a falta de vagas não justifica a conduta ilegal.
Fiscais insuficientes para as ações
O aumento da frota de veículos, que passou de 1.317.721 milhões, em 2011, para 1.403.788, em 2012, e representou acréscimo de 6%, não foi o fator decisivo para aumento das multas por estacionar em lugares indevidos. Entre 2011 e 2012, foi inclusive registrado um decréscimo de 9% no registro das infrações. Esse fato está aliado à dificuldade de se realizar operações de fiscalização em várias cidades do DF. Diretor de Fiscalização e Policiamento do Detran, Nelson Leite avalia que as mais de 90 mil multas aplicadas no último ano por causa de estacionamentos irregulares representam um número pequeno. "Se o Detran for fiscalizar todos os setores e cidades encontrará uma situação de imenso desrespeito. Hoje, o Detran faz o que dá conta para atender toda a demanda de fiscalização", reconhece.
Sem justificativas
Segundo Leite, apesar de não haver vagas suficientes para todos os condutores, não há justificativas plausíveis para o descumprimento da legislação de trânsito. Ele revela que, mesmo sendo autuados, os condutores voltam a incorrer no erro. "A falta de vagas não pode ser uma justificativa para descumprir a lei e, sem dúvida, muitos condutores acabam sendo reincidentes. As multas variam de R$ 50 a R$ 127 e, embora todos os artigos determinem a remoção, só fazemos naqueles casos mais graves", explica o diretor. Diante dos crônicos problemas da falta de estacionamentos, o especialista em trânsito Flávio Dias defende a criação de um plano diretor de estacionamentos que, em vigor, trabalharia as áreas mais críticas da cidade e promoveria um planejamento específico para minimizar os transtornos. "Um dos critérios que deveriam existir, por exemplo, é a obrigatoriedade de que os donos de empreendimentos prevejam estacionamentos ainda nas plantas de edifícios", afirmou
Estacionamentos rotativos
A falta de vagas de estacionamento no centro da cidade não é uma justificativa plausível para que o Detran não emita uma multa. Para o empresário Luan Figueredo, o trânsito do Distrito Federal caminha rumo a um colapso. "O estacionamento rotativo iria pesar no bolso das pessoas e faria com que muitos deixassem o carro em casa. Hoje, por falta da vaga em estacionamento, o jeito é parar em fila dupla e deixar o carro com flanelinhas", diz.
Mesmo dentro de locais privados, o comportamento dos condutores também é alvo de reprovação. Muitos estacionam em vagas especiais sem autorização. Para evitar estas situações, o Alameda Shopping, em Taguatinga, aderiu a uma campanha que, com 20 placas, instaladas em todos os nove pavimentos, pede ao condutor que não utilize as vagas especiais. A campanha começou há duas semanas e, apesar do pouco tempo, ela tem se mostrado eficiente e os cadeirantes e idosos agradecem. Quando o motorista não é encontrado, é deixado um recado para ele, sobre o mau comportamento.
Fonte: Jornal de Brasília (DF), 22 de janeiro de 2013

Categoria: Geral


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