De acordo com a Receita Federal, esse recorde é consequência do aumento de renda dos cidadãos, e geração de emprego com carteira assinada, além das vendas do comércio.
Apesar da alta da arrecadação, os gastos com investimentos continuam baixos. O orçamento aprovado pelo Congresso autorizava investimentos de R$ 114,5 bilhões. Até o fim do ano passado, foram gastos 41% disso, R$ 46,8 bilhões. Até nas obras do PAC, prioritárias para o governo, o total pago até dezembro, de R$ 39,3 bilhões, foi 53% do que havia sido autorizado.
"O tempo que se demora para uma licença ambiental, o tempo que se demora para se realizar as licitações, as paralisações constantes sugeridas pelo Tribunal de Contas em função de casos de corrupção, enfim, a ineficiência da máquina pública, de uma maneira geral, faz com que, historicamente, se projete um gasto e se acabe realizando muito menos do que aquilo que havia sido programado", afirma Gil Castelo Branco, economista da ONG Contas Abertas.
Os investimentos produtivos feitos em 2012 correspondem a apenas 4% do total do que foi arrecadado. Para especialistas em contas públicas, é um retrato do principal entrave das contas governamentais. Gasta-se muito com as chamadas despesas correntes, aquelas para a manutenção da máquina publica, e pouco com as obras de que o país necessita.
Fonte: Jornal da Globo, 23 de janeiro de 2013