Também em um segundo momento, os parlamentares devem votar o aumento da multa para quem dirigir embriagado: o valor pode ir de R$ 957,70 para R$ 1.915,40.
"Nós temos praticamente um acordo, um entendimento que pode viabilizar as alterações da Lei Seca já na próxima quarta-feira, dia 11 de abril", afirmou o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, ao sair da reunião com os dois ministros em seu gabinete.
A previsão é de votar o projeto de autoria do deputado Hugo Leal, com o apoio dos líderes partidários da Casa, que é diferente do que saiu do Senado e foi para a Câmara, do senador Ricardo Ferraço. O relator do projeto, deputado Edinho Araújo, vai apresentar texto substitutivo mantendo somente a ampliação das provas, que é consensual para votação - outras questões tratadas pelo projeto, como aumento de pena e mudança nos índices de álcool no sangue, serão deixadas para um segundo momento. Além disso, será incluído no texto o enquadramento na Lei Seca de motorista que dirige sob efeito de outras substâncias psicoativas, legais ou ilegais.
"Se a pessoa estiver tomando uma medicação e isso alterar a sua percepção, ela não pode dirigir também e isso está enquadrado", diz Hugo Leal. Questões essas que ainda não têm consenso para votação.
A proposta de Ferraço quer aumentar a penalidades para cada um dos crimes cometidos por motoristas bêbados, mas ainda não há acordo sobre os acréscimos no tempo das penas.
A decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) de aceitar apenas o bafômetro e o exame de sangue como provas para atestar a embriaguez foi o que acelerou a discussão do tema no Parlamento, com o apoio do governo em tornar mais rigorosa a lei em vigor.
Para o ministro da Justiça, a ideia é aperfeiçoar para que a lei volte a sair do papel e tenha eficácia, e que o "problema de redação" dele seja sanado com a alteração que será votada no Congresso.
Fonte: UOL, 4 de abril de 2012