Parking News

Esperando encontrar uma boa vaga de estacionamento, muitos de nós nos deparamos com um motorista estacionado que demora uma eternidade para sair. A pessoa precisa alongar o corpo no banco do motorista, verificar e ajustar todos os espelhos, tirar o lixo do veículo, arrumar o cabelo e retocar a maquiagem ou lavar o para-brisa. Talvez dar uma mordida em um sanduíche. Depois, afinal chega a hora de o motorista lentamente remover o carro de uma vaga paralela apertada. Para a frente, para trás. Para a frente, para trás. Para a frente, para trás, descreve O Estado de S. Paulo.
Matt Richtel, do "Times", relata que uma nova frente está se abrindo na guerra do estacionamento: "ocupação da era digital". Quando um motorista esperançoso avista outro entrando em um carro, o momento de triunfo se esvai quando "a pessoa que deveria desocupar a tão necessária vaga de estacionamento decide passar um bom tempo usando seu smartphone, mandando mensagens, conversando ou no Facebook". É o suficiente para provocar um surto de ira no estacionamento.
Com cerca de um bilhão de carros nas ruas do mundo hoje, cidades e comunidades tentam administrar onde estacioná-los e como aliviar o congestionamento.
San Francisco, onde muitos moradores dependem intensamente de seus veículos, está testando um programa que aumenta o preço do estacionamento nos quarteirões mais movimentados da cidade e o diminui nos mais vazios, relatou o "Times". As vagas mais caras saem por US$ 4,50 a hora e até agora o programa está atingindo sua meta de ter pelo menos uma vaga disponível em cada quarteirão, segundo sensores embutidos na rua que monitoram o movimento de carros.
A cidade tenta tornar o centro mais acessível, mas não congestionado demais. Como se esperava, os preços mais altos não foram bem recebidos. Edward Saldate, um cabeleireiro de 55 anos, disse ao "Times" que pagar quase US$ 17 por quatro horas de estacionamento é "um roubo".
Para alguns, estacionar de graça é considerado um direito inalienável. Como disse George Costanza em "Seinfeld": "Meu pai nunca pagou para estacionar, minha mãe, meu irmão, ninguém". Ele acrescentou: "É como ir a uma prostituta. Por que eu deveria pagar, quando se eu agradar talvez consiga de graça?"
Alguns urbanistas acreditam que o estacionamento deva ser repensado. Como escreveu no "Times" Eran Ben-Joseph, professor de planejamento urbano no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, "precisamos redefinir o que queremos dizer com estacionamento para incluir algo que não apenas permita ao motorista estacionar seu carro, mas também ofereça uma variedade de utilidades públicas, reduza seu efeito sobre o meio ambiente e dê maior consideração à estética e ao contexto arquitetônico".
Um estacionamento melhor poderia ter uma abóbada de painéis solares para produzir energia ou árvores plantadas para absorver as emissões de carbono.
Algumas cidades, incluindo Taipei, Barcelona, Berlim, Cidade do México e em breve Nova York, buscam uma solução diferente para o enigma do carro: o programa de bicicletas comunitárias. Aplicativos como Spotcycle e Cycle Hire localizam as bicicletas disponíveis e pontos de estacionamento. No site do programa BikeMi de Milão, um mapa atualiza essa informação em tempo real.
Marta Ferri, uma designer de Milão, incentiva os ciclistas a usar a ciclovia. "Não esqueçam de explorar as ruas estreitas e os becos para ver os jardins particulares", disse Ferri à "T Magazine". "Milão é uma cidade secreta. A maior parte de sua beleza está escondida."
Fonte: Folha de S. Paulo, 9 de abril de 2012

Categoria: Geral


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