"(A medida) não está eliminada da nossa agenda. Não é que tenhamos desistido da restrição. Queremos fazer de outra maneira", afirma.
Segundo ele, empresários e sindicalistas pediram para participar da discussão e ajudar a construir outra proposta, que permita um alívio na restrição em alguns trechos.
O adiamento, afirma, foi aceito pelos prefeitos por conta dos resultados ruins da atividade industrial nos últimos meses. "Vamos construir uma solução mais consensual com o setor produtivo", diz.
De acordo com o prefeito, a construção de dois dos quatro trechos do Rodoanel - que tem por objetivo tirar os caminhões das cidades - não resolveu o problema.
"Ainda temos um setor industrial dentro da região metropolitana. E você não abastece um setor industrial só com VUCs (pequenos caminhões). As empresas trabalham com estoques mínimos e um período grande sem abastecimento é problema."
Para Reali, os prefeitos da região também acreditam que essa discussão tem de ser tomada em conjunto com a região metropolitana, já que medidas de restrição, como as adotadas em São Paulo, têm impacto na vizinhança.
"O principal problema do ABC é o tráfego de passagem, que é consequência do desvio das rotas de São Paulo", afirma. "Precisamos ter uma discussão metropolitana."
Rodízio
A restrição a caminhões no ABC foi adiada, mas o consórcio de prefeitos da região deu início à discussão para implantar o rodízio de veículos, como existe na capital.
O primeiro passo será uma pesquisa de opinião para saber o que a população pensa sobre o tema. "Temos um grande problema de carros circulando só com um passageiro", afirma o prefeito.
Fonte: Folha de S. Paulo, 4 de abril de 2012