Parking News

A restrição a caminhões na Marginal Tietê, em São Paulo, mudou a concentração dos índices de lentidão na cidade ao longo do dia e fez com que uma prática adotada por parte dos caminhoneiros entrasse na mira das polícias rodoviárias estadual e federal. Após um mês de proibição, completado dia 5, caminhoneiros passaram a utilizar acostamentos de rodovias como estacionamento para aguardar a hora de circular na capital paulista.
O G1 trafegou pelas rodovias Anhanguera, Bandeirantes e Presidente Dutra nos dois períodos de restrição - entre 5h e 9h e das 17h às 22h - dias 30 e 2. Em todas as rodovias a reportagem constatou o uso do acostamento. A prática é considerada infração e gera multa de R$ 53,20 e três pontos na carteira de habilitação, segundo o Código de Trânsito Brasileiro.
O motorista Raimundo Neri dos Santos, que mora em Osasco, na Grande São Paulo, estava entre os que usavam o acostamento da Via Dutra na noite de segunda. "Não tem onde ficar. A guarda pode vir multar, mas não tem outra saída. E pode acontecer acidente", admite.
Os responsáveis pela fiscalização não divulgaram balanço das autuações nas estradas. As infrações ocorrem, em sua maioria, do km 17 até a capital da Bandeirantes e do km 20 até São Paulo da Anhanguera. Já na Via Dutra, estrada que liga a capital paulista ao Rio de Janeiro, há registros de caminhões parados na faixa de segurança desde Guarulhos, na Grande São Paulo. Os horários em que mais ocorrem autuações são entre 30 e 40 minutos antes do fim do horário.
Quem mais para nos acostamentos são os motoristas autônomos - já que a maioria das transportadoras mantém estacionamentos em bairros de São Paulo e cidades da região -, segundo o inspetor da Polícia Rodoviária Federal Mardilher Ramalho Ribeiro, chefe da seção de policiamento e fiscalização da região da Via Dutra. "Eles vêm de outros estados e não sabem da restrição", disse.
A CET divulgou que o trânsito melhorou no período da restrição. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da companhia se limitou a informar alguns dados preliminares sobre os impactos da restrição. Segundo a CET, as filas diminuíram na cidade durante os períodos de pico. Se comparado com março do ano passado, a queda foi de 19,7% pela manhã e 40,2% durante a tarde.
Fora do horário de pico - das 10h às 16h - entretanto, houve aumento da lentidão média na cidade em todos os dias da semana. Na Marginal Tietê, isso só não ocorreu às quintas-feiras, quando houve redução de 30,5%, segundo a companhia. Às segundas, o aumento na lentidão foi de 75% fora do horário de pico; às terças, de 413,6% e às quartas de 57,9%. O dado sobre as sextas-feiras não foi informado pela CET.
A terça-feira também foi o dia da semana onde houve aumento da lentidão dentro dos horários de pico na Marginal Tietê - de 21% durante a manhã e de 166,7% durante a tarde. Na primeira terça-feira após a restrição, dia 6 de março, a CET registrou 159 km de filas na cidade às 11h, maior índice no período da manhã em 2012. O número, entretanto, não foi registrado como recorde - a companhia só contabiliza como recorde os índices dentro do horário de pico, que é oficialmente entre 7h e 10h. Nesse dia, um vazamento de gás que causou a interdição da Avenida Chedid Jafet, na Zona Sul, piorou a lentidão na cidade.
Fonte: portal G1, 4 de abril de 2012

Categoria: Geral


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