O empresário carioca Manoel Assunção é dono de uma das cinco cotas de um helicóptero que custa R$ 2,7 milhões. Sozinho, seria impossível. "No meu caso específico, eu uso para lazer e para trabalho. (...) Simplificou minha vida brutalmente. Eu nunca pensei que podia ter um helicóptero", diz o empresário.
Mas o prazer e o conforto exigem mais dinheiro. Só para a manutenção de um helicóptero são necessários aproximadamente R$ 50 mil por mês. Isso sem contar o gasto com o combustível.
No sistema de compartilhamento, o participante paga uma taxa fixa para custos como impostos, treinamentos, entre outras despesas. Se o cotista de um carro, por exemplo, se envolver num acidente, a franquia sai do bolso dele e a utilização também é dividida de maneira que o participante tenha sempre o bem à disposição.
"Toda a parte da dor de cabeça, de gestão e todos os outros aspectos envolvidos com a administração desses bens fica por conta do administrador do programa de compartilhamento", explica o diretor de empresa de compartilhamento de bens Rogério Andrade.
Segundo uma empresa paulista que administra o compartilhamento, as cotas variam de R$ 107 mil para um carro como uma Ferrari ou uma Maserati, por exemplo, a R$ 2,3 milhões para um jato executivo e, quando o cotista não quiser mais, pode vender a sua parte. Uma ideia que a cada dia ganha mais adeptos.
"A empresa vem crescendo em torno de 50 a 60% ao ano, mas esperamos aumentar isso até 2014 em 70%, 75%", fala o representante de empresa de administração de compartilhamento de bens Marcos Mata.
Foi assim que o empresário Clóvis Gomes se tornou dono de uma Maserati e de uma Ferrari. "Com um quarto do valor que eu iria investir para ter os dois veículos, eu tenho os dois e utilizo igual e eu tenho praticidade no uso", conta. Pelos menos por duas semanas a cada mês ele pode se dar ao luxo de desfilar com um carrão.
Fonte: Jornal da Globo, 5 de abril de 2012