Parking News

Por Jorge Hori*

Falta de vagas para estacionar restringe a posse de um automóvel? Em curto prazo não. Em médio pode ocorrer.
O comprador de um primeiro carro baseia-se em expectativas: ter maior possibilidade de movimentação e achar sempre um local para estacionar em via pública. Para ele, o problema não é a vaga física, mas o custo dela. Podem existir as vagas, mas seriam inacessíveis pelo preço e custo repetitivo.
Só com a experiência prática de dificuldades de estacionar, o seu alto custo, associado aos custos com o combustível e com os tributos, pode perder o interesse em permanecer com o seu carro. Pode tentar vender ou acaba perdendo-o por falta de pagamento das prestações.
Isso é fato, porém, não a avaliação da sua significância e os reflexos sobre a mobilidade. Por outro lado, isso ocorre com os seguidores e não com os decisores.
Os seguidores não determinam o local de geração de postos de trabalho. Vão atrás de uma vaga que lhe é oferecida pelos decisores. São os empresários, os empregadores que geram os postos de trabalho e definem o local onde haverá o trabalho.
Os seus valores e comportamento não são os mesmos dos seguidores.
Não querem abandonar ou não utilizar o seu carro. Se tiverem dificuldades de encontrar vaga para estacionar o seu carro, buscam outro local. Para eles, a falta de vagas não reprime a compra ou o uso. Leva-os a se transferirem para outras regiões, gerando o risco de esvaziamento e degradação da área com insuficiência de vagas para estacionamento. Para os decisores com maior renda, o problema não é o custo, mas a existência ou não de vagas físicas.
Os decisores, no entanto, podem permanecer ou buscar áreas com poucas vagas de estacionamento em função da demanda, do mercado para os seus produtos ou serviços. Um comerciante da 25 de Março não vai abandonar a sua lojinha porque tem dificuldades de estacionar.
A questão passa a ser outra: por que esses clientes continuam buscando áreas da cidade que têm limitações de vagas para estacionamento?
A revisão do Plano Diretor de São Paulo prevê restrições aos estacionamentos nos perímetros das subprefeituras da Sé e da Mooca. Essa alcança o Tatuapé e a Água Rasa.
Os reflexos poderão ser mais negativos do que positivos para a revitalização ou desenvolvimento dessas regiões.


* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.

Categoria: Fique por Dentro


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