A restrição em bairros como Vila Mariana, Pompeia, Perdizes, Morumbi e Moema não fará com que o paulistano pare de buscar imóveis nesses locais, mas vai fazer com que ele pague um preço mais caro pelo metro quadrado, afirmou presidente do Sindicato da Construção de São Paulo (Sinduscon- SP), Sérgio Watanabe. O executivo explica ainda que, além da lei de oferta e procura, que deve inflar os valores nesses locais, há também a perspectiva de que a construtora gaste mais para realizar o empreendimento.
Ao invés de construir uma torre com 16 andares, a construtora terá que construir dois empreendimentos de oito, o que significa mais elevadores, porteiros, câmeras de segurança e tudo mais. Isso acabará respingando no preço final do produto, discorreu. De acordo o doutor em engenharia civil e mobilidade urbana pela Universidade São Paulo (USP) Carlos Henrique Simão, o impacto pode ser ainda maior quando levado às pequenas e médias construtoras. As empresas menores não possuem caixa para sustentar esse tipo de mudança, o que pode resultar em falta de mercado para elas, disse ele. Outra medida do novo Plano Diretor apresentado pelo prefeito de São Paulo é a liberação de construção de prédios populares em áreas de preservação permanente (como o entorno das represas Billings e Guarapiranga).
A medida é boa, mas também não impulsiona o negócio da pequena e média empresa, já que hoje em dia realizar projetos para o Minha Casa Minha Vida está concentrado nas mãos de quatro ou cinco gigantes do setor, diz. Na opinião do presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Claudio Bernardes, a entrada em vigor do novo Plano Diretor traz diretrizes importantes para a mobilidade urbana mas seus impactos no mercado somente se farão sentir a partir de 2015. Diante desse cenário, o mercado imobiliário terá de ser ainda mais criativo para manter um bom desempenho, aliando o respeito às regras a produtos que encontrem demanda entre os moradores da cidade.
Fonte: DCI, 3 de junho de 2014