Os donos da rua (19/11/2008)
Sempre que algum carro chega à esquina da Marginal Pinheiros com a Rua Luís Seraphico Júnior, a 100 m da casa de espetáculos HSBC Brasil, em Santo Amaro, o manobrista bloqueia a passagem do veículo e grita: "Pode parar aqui, senhor! São 20 reais!". Em noites concorridas, aproximadamente sessenta manobristas de sete empresas de valet atendem a quase 1.000 carros, constata a reportagem da Veja São Paulo. Todas cobram o mesmo valor que a empresa contratada pelo HSBC, e adotam um procedimento-padrão: dois "ponteiros" de cada grupo ficam à espreita do primeiro desavisado que vier da Marginal. Ao fisgarem um cliente, os sujeitos indicam o trecho da rua onde sua equipe fica concentrada.
Além de correrem perigo ao se postar no meio de uma via movimentada, os manobristas criam situações de risco para os motoristas, que brecam subitamente ao deparar com a aglomeração. Atualmente, segundo estimativa da Associação das Empresas de Valet do Estado de São Paulo (Aevesp), 600 empresas atuam nas ruas da Capital, mobilizando 20.000 manobristas para atender a 3 milhões de veículos por mês. Na disputa entre os tais ponteiros, quem aborda o carro primeiro leva vantagem.
De acordo com a assessoria do HSBC, a empresa contratada para esse trabalho reúne até oitenta manobristas e dois estacionamentos que somam 800 vagas.
Fonte: Revista Veja São Paulo, 19 de novembro de 2008