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A criação da Romi-Isetta completa 55 anos e para comemorar a data a Fundação Romi promoveu em 3 de setembro, em Santa Bárbara D Oeste, o 3º encontro nacional de colecionadores do primeiro carro fabricado em série no Brasil. O evento reuniu 55 carros vindos de diversas regiões do país para o interior de São Paulo. A comemoração começou no Centro de Documentação Histórica da Fundação, que serviu como ponto de encontro, e depois as Romi-Isettas seguiram em desfile pelas ruas do centro da cidade.
O carrinho surgiu em setembro de 1956, com design assinado pelo italiano Giovanni Michelotti e tecnologias emprestadas da aviação. A porta frontal única e o tamanho compacto ficaram conhecidos como marcas registradas do modelo. A Romi-Isetta comporta dois adultos e uma criança, consegue chegar à velocidade máxima de 85 km/h e tem um consumo reduzido, cerca de 25 km/l.
De dimensões compactas, com apenas um banco e uma porta frontal, o carrinho era fabricado pela Romi em Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo. Seu visual diferente, inspirado nos "carros bolhas" alemães, atraiu uma clientela que viu no carrinho um símbolo de status e modernidade. Tanto que o modelo se tornou o carro preferido de muitas celebridades, inclusive do então presidente Juscelino Kubitschek.
Um pouco de história
O veículo original nasceu na Itália do pós-guerra, em 1953, produzida pela empresa Iso-Automoveicoli, fabricante de motocicletas e triciclos comerciais. Em 1955, o projeto foi licenciado para a BMW, que substituiu o motor Iso 200 cc por um BMW de 300 cc, rebatizando o automóvel como BMW-Isetta e substituindo a logomarca original pela da prestigiosa empresa alemã.
No ano seguinte, o imigrante italiano Comendador Américo Emílio Romi, fundador da Romi (uma fábrica de máquinas agrícolas no interior de São Paulo), começou a produzir a Isetta também por aqui. Várias empresas estiveram envolvidas em sua fabricação. A Tecnogeral, fabricante de móveis de aço, produzia a carroceria; a Probel, dos colchões, fazia o banco; os pneus eram Pirelli, o motor era feito aqui com base no da Iso italiana, e a Romi fazia o chassi e montava os veículos.
A versão brasileira foi sendo ajustada aos poucos, com mudanças na altura dos faróis, suspensão e, por fim, ganhando o novo motor BMW. Mas ela jamais perdeu suas características originais.
A inspiração da curiosa porta frontal veio da indústria aeronáutica, mais especificamente dos grandes aviões de carga que levantavam o nariz para permitir o acesso dos contêineres. Outro detalhe curioso eram os eixos de tamanhos diferentes, sendo a bitola dianteira maior que a traseira.
Dirigir um Romi-Isetta era uma experiência única. Com a coluna de direção instalada entre o pedal de freio e o da embreagem, o motorista ainda tinha de lidar com a alavanca de câmbio estrategicamente localizada à esquerda dele, para evitar possíveis cotoveladas e esbarrões no passageiro ao lado.
Mas, para tristeza dos fãs do carrinho, uma péssima notícia atingiu a Isetta brasileira três anos após o seu lançamento. O Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia) criou uma lei que classificava o automóvel em si - para obtenção de subsídios - como um veículo que deveria obrigatoriamente transportar quatro pessoas.
Sem os benefícios fiscais, sem uma empresa para firmar parceria e, acima de tudo, sem condições de produzir em larga escala para reduzir o preço do modelo, a Romi-Isetta tornou-se inviável.
Mesmo sendo montada até 1961, utilizando o estoque remanescente da fábrica da Romi, o total da produção nacional chegou somente a 3 mil unidades, enquanto o modelo alemão da BMW chegou a 162 mil - muitas exportadas, inclusive para o Brasil.
A pequena e charmosa Romi-Isetta, que de tão miúda seria uma boa solução para os problemas de trânsito atuais, sumiu das ruas pela simples razão de ter sido um produto muito à frente de sua época.
Fonte: Revista AutoEsporte, setembro de 2011

Categoria: Mundo do Automóvel


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