Parking News

Por Jorge Hori *

Uma pesquisa divulgada ontem (16) diz que aumentou o percentual de motoristas de carro que estariam dispostos a deixá-lo em casa e se deslocar pelo meio coletivo, desde que esse fosse de qualidade.
Por outro lado, dados da própria SPTrans divulgados pelo Estado dizem que, "mesmo com faixas, ônibus perde passageiros".
Declarar a intenção de trocar o carro pelo transporte coletivo aumentou e continuará aumentando porque passou a ser "politicamente correto" declarar tal intenção, mas que não será efetivada, porque sempre se alegará que o transporte coletivo não tem qualidade.
A Prefeitura insiste em dizer que há melhoria, por conta da redução dos tempos de viagem, mas esse é apenas um dos fatores que o viajante leva em consideração para mudar de meio.
A velocidade em movimento aumentou, mas os tempos de espera continuam elevados, de tal forma que o tempo total da viagem continua amplo. O real e que produz a sensação de qualidade para o usuário é o tempo total da viagem, a partir da sua casa até o seu destino.
O tempo de viagem dentro do ônibus foi reduzido, mas o tempo de deslocamento não. Os ônibus continuam lotados e pouco frequentes. Por que isso acontece?
Porque com a lotação maior por veículo o empresário de ônibus ganha mais. Com aumento de produtividade e custos fixos. Se ele for aumentar a frota para aumentar a frequência de ônibus, viajando com menos lotação, a sua receita poderá ser a mesma, mas os custos serão maiores, desde o investimento com o ônibus, como com motorista e cobrador e com os custos com os combustíveis, fora as manutenções.
Ao promover a maior lotação dos ônibus, acenando com a redução das viagens, a Prefeitura estaria compensando os empresários pelo não reajuste das tarifas. Mesmo assim, diversas empresas estão em má situação financeira e pioram a qualidade dos serviços. As faixas exclusivas são boas para os empresários, mas eles não têm nenhum interesse em aumentar a frota ou mesmo a frequência com a frota atual. O principal fator que afeta a rentabilidade do negócio, além do valor da tarifa, é a lotação ao longo de todo o percurso, com grande volume do "sobe-desce".
A continuidade da má qualidade dos serviços de transporte coletivo é desejada pelos motoristas dos automóveis, porque com isso eles não serão obrigados a efetivar a intenção declarada nas pesquisas de sair do carro para o ônibus ou mesmo para o metrô.
A frota continuará aumentando, a circulação dos automóveis também, os congestionamentos aumentarão, ainda mais com a redução de faixas de tráfego nos corredores de ônibus, e aumentará a demanda por estacionamentos pagos.

* Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica e foi contratado pelo SINDEPARK para desenvolver o estudo sobre a Política de Estacionamentos que o Sindicato irá defender. Com mais de 50 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.

NOTA:
Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião do SINDEPARK.

Categoria: Fique por Dentro


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