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A discussão sobre a nova lei de zoneamento abrirá espaço para a criação de áreas que funcionem 24 horas por dia em São Paulo. A proposta já está sendo encampada pelo relator do Plano Diretor, vereador Nabil Bonduki, principal articulador dos planos de mudanças urbanísticas da gestão Fernando Haddad na Câmara Municipal. O objetivo das áreas 24 horas é estimular a vida noturna em alguns lugares, como no centro velho.
O Plano Diretor recém-aprovado pelos vereadores traça diretrizes do crescimento da cidade por 16 anos. Mas é a lei de zoneamento que definirá as regras de uso e ocupação para cada um dos quarteirões da capital.
A proposta da prefeitura deve começar a ser debatida na Câmara no início de 2015.
A ideia é situar as áreas de funcionamento dia e noite em locais pouco residenciais.
"Deveríamos criar zonas 24 horas em áreas onde não existam moradores, onde essas atividades de forte impacto deveriam se estabelecer", afirma Bonduki.
"O centro velho, entre outros locais onde se concentram comércio e serviços, poderia abrigar essas atividades", completa.
Um dos vereadores mais próximos de Haddad, Bonduki deverá encaminhar a lei de zoneamento na Câmara.
A primeira discussão sobre a norma será amnhã (16), em reunião do Conselho de Política Urbana.
"Não podemos deixar repetir o caos da Vila Madalena [invadida por turistas madrugada adentro na Copa]", afirma Bonduki.
Secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando de Mello Franco diz que áreas de antigos galpões subutilizados poderiam abrigar "usos incômodos", como indústrias e baladas.
"Mas não podemos cair no paradigma de Brasília, onde em uma zona se trabalha e em outra as pessoas têm lazer", pondera.
Marco Antonio Ramos de Almeida, da associação Viva o Centro, afirma que não basta uma lei para aumentar a vida noturna na região.
Para ele, é necessário aperfeiçoar a limpeza e a iluminação e melhorar a sensação de segurança em São Paulo.
PRESSÃO
O debate sobre o zoneamento ampliará a pressão sobre os vereadores após a tensa aprovação do Plano Diretor no último dia 30.
Entre os lobbies mais frequentes na Câmara estará a cobrança de moradores para evitar que bairros ganhem muitos prédios ou se transformem em pontos de concentração de baladas.
Moradores querem barrar novos prédios
Moradores de bairros residenciais de São Paulo veem no debate da futura lei de zoneamento uma oportunidade para barrar prédios em ruas hoje tranquilas, arborizadas e repletas de casas.
O Plano Diretor aprovado no último dia 30 prevê a construção de prédios perto de eixos de transporte público. Grupos de moradores, no entanto, querem que a lei de zoneamento deixe longe de seus bairros arranha-céus e baladas barulhentas.
A Vila Madalena é um das áreas que deverá ser afetada pelo estímulo à verticalização perto de estações de metrô. "Se encher de prédio, pode mudar a característica do bairro, que tem casinhas, ateliês, restaurantes, teatros, bons cafés", diz o presidente da Sociedade Amigos da Vila Madalena, Cassio Calazans.
Os moradores do Brooklin (zona sul) também pretendem lutar para manter a região com residências e árvores. "As praças e o verde beneficiam o ar da cidade", diz a presidente da Associação de Amigos do Brooklin Novo, Cibele Sampaio.
A urbanista Lucila Lacreta afirma que a verticalização na cidade ao longo dos últimos anos é responsável pela queda na qualidade de vida.
"Tem que se exigir estudos de impacto ambiental e urbanístico em relação à verticalização prevista no Plano Diretor. Não foi proposto aumento no transporte que viabilize uma demanda tão grande", afirma Lucila.
Já o urbanista Renato Cymbalista diz que há espaço para adensamento mesmo nos chamados bairros estritamente residenciais, como Jardins, Pacaembu e Brooklin.
"No Pacaembu há casas de 400 m² que não estão sendo utilizadas. Para o próprio uso residencial, elas poderiam ser subdivididas, [bastaria] pegar a mesma casa e fazer reformas internas. Assim, teria quatro casas de 100 m²", diz. "Na Europa isso foi feito".
Nos Jardins (zona sul), o medo é de bares e baladas. "O que preocupa é que os usos comerciais sejam flexibilizados e degradem as zonas residenciais", afirma o diretor da associação Ame Jardins, João Maradei Jr.
Fonte: Folha de S. Paulo, 13 de julho de 2014

Categoria: Geral


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