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A sem-cerimônia com que agem muitos paulistanos, como se fossem donos das ruas, praticando em seu beneficio atos que são privativos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que por sua vez se omite, colabora para tornar ainda mais difícil o trânsito na capital. Esses abusos, mostrados em reportagem do Jornal da Tarde, vêm aumentando rapidamente e tendem a se tomar prática generalizada e corriqueira se não houver uma rápida e enérgica reação do poder público. Um deles é pintar indevidamente no asfalto linhas para delimitar as calçadas, garagens em geral ocupando área bem maior do que a necessária, para a manobra ser realizada com maior conforto pelos espertos, e reduzindo assim o espaço para estacionamento nas proximidades. Outro, muito comum onde não existe Zona Azul, é usar cones para guardar vagas nas nuas.
A reportagem constatou que na Rua Doutor Albuquerque Lins, na região central, se chegou ao desplante de montar um eficiente "esquema" para a reserva de vagas. Quando um morador quer deixar o carro na rua por algum tempo, um responsável pelo condomínio avisa por rádio o vigilante da redondeza, que imediatamente desloca um cavalete da calçada para a rua. "É só por alguns minutos", tentou justificar um vigilante pago por três prédios situados perto da esquina daquela rua com a Alameda Barros quando surpreendido.
Blocos de concreto e caixas de tinta cheias de cimento também são usadas para aguardar cargas. E na Avenida Sumaré, na zona oeste, o dono de um imóvel pintou várias listas amarelas em frente à sua garagem, como forma irregular de advertir que ali é proibido estacionar. Estes são apenas alguns exemplos de intervenções que só podem ser feitas pela CET e se ela decidir que são necessárias não para atender aos interesses desta ou daquela pessoa isoladamente, mas aos do conjunto da população. Se esse comportamento se generalizar, instaurando-se uma espécie de salve-se quem puder, ou uma versão da "lei de Gerson" para o trânsito, a que manda cada um "levar vantagem", a circulação na capital só tende a piorar. A opinião do empresário Wilson de Godoy, revoltado com essas práticas, resume bem a situação e o sentimento da imensa maioria dos paulistanos: "Todos pagam impostos, não deve haver privilégio". A primeira coisa a fazer para acabar com isso é a CET cumprir sua obrigação de coibir esses abusos. Diz ela que seus agentes removem cones e cavaletes irregulares. Como a realidade mostrada pela reportagem, e que pode ser constatada por qualquer observador minimamente atento, não coincide com o que afirma a CET, está na hora de o prefeito Gilberto Kassab tomar as providências necessárias para obrigá-la a passar das palavras aos atos.
Fonte: Jornal da Tarde (SP), 14 de junho de 2012

Categoria: Geral


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