Na disputa eleitoral, o que se espera é que os candidatos apresentem as suas propostas ao eleitorado para que, pela comparação entre as mesmas, escolha as melhores.
Ou, caso as propostas sejam semelhantes (o que é o caso atual de São Paulo), quem tem melhores condições de efetivar as propostas.
O que menos importa é o estado civil do candidato ou candidata, ou a sua paternidade ou maternidade. Essa questão, que esconde insinuações maldosas, desvia a atenção para o que deveria ser mais importante: qual é a cidade que queremos? Qual é a cidade que os candidatos propõem como cenário ao final de seus mandatos?
Falar sobre uma cidade mais limpa, ou mais justa ou solidária são generalidades que pouco esclarecem sobre a cidade que queremos ter.
Uma opção para a cidade é que ela ofereça oportunidades de trabalho ou emprego, de estudo, de lazer, de serviços de saúde etc., de qualidade e próximo da sua residência. E que essa moradia seja adequadamente suprida pelos serviços públicos essenciais.
Uma metrópole que ofereça os produtos urbanos distante da residência, obrigando a longos e demorados deslocamentos, não é um boa cidade.
Esse modelo de cidade que aproxima as pessoas do conjunto das funções urbanas deveria ser um dos pontos focais das candidaturas. Com as proposições de como efetivá-lo.
Alckmin e Soninha foram os que mais avançaram nesse sentido, ainda que timidamente. De toda forma, até que ponto os candidatos que passaram para o segundo turno estão dispostos a incorporar as propostas?
Essa incorporação deveria ter sido a base das alianças para o segundo turno.
Infelizmente, não é assim que ocorre na realidade.
E, com isso, a questão dos estacionamentos fica mais uma vez relegada.
*Jorge Hori é consultor em Inteligência Estratégica do Sindepark. Com mais de 40 anos em consultoria a governos, empresas públicas e privadas, e a entidades do terceiro setor, acumulou um grande conhecimento e experiência no funcionamento real da Administração Pública e das Empresas. Hori também se dedica ao entendimento e interpretação do ambiente em que estão inseridas as empresas, a partir de metodologias próprias.