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A sede da Coopertax, na zona leste de São Paulo, ainda é improvisada: as telefonistas e a diretoria estão instaladas no puxadinho de um posto de gasolina desativado, que hoje serve de estacionamento coberto para os taxistas cooperados. A estrutura precária do lugar esconde uma façanha desse grupo de 550 motoristas: eles são os taxistas mais digitais e tecnológicos da cidade. Há dois meses, todos trocaram os rádios por tablets dotados de um aplicativo personalizado, que recebe e monitora os pedidos de clientes. A ideia surgiu depois que a diretoria da cooperativa percebeu a necessidade de modernizar seu sistema operacional. Consumidores habituais de tecnologia, os diretores foram buscar a solução numa feira de mobilidade na Alemanha. Lá, descobriram que os tablets podiam ajudar. A reportagem é de O Estado de S. Paulo.
De volta ao Brasil, os taxistas procuraram uma empresa que desenvolve softwares para cooperativas de táxi e encomendaram um aplicativo. "O rádio ficou obsoleto para o número de chamados que recebemos - são em média 4 mil por dia", diz Daniel Salles, presidente do grupo, que espera faturar este ano em torno de R$ 40 milhões.
Os consumidores comuns, segundo o executivo, compram um aparelho como esse basicamente para consumir conteúdo e acessar e-mails. As corporações querem levar para o tablet as tarefas do dia a dia.
Foi o que os taxistas conseguiram fazer. Antes de ter um Galaxy da Samsung, Reginaldo Assis passava o dia no rádio com as operadoras, que lhe diziam para onde ir, quem atender e a que horas. "Tinha sempre um gravador no carro porque não dava para anotar os chamados dirigindo", lembra. Agora, ele chega a ficar o dia inteiro sem falar com as telefonistas.
Assis e os colegas acompanham as ordens de serviço pelo tablet. Com a localização de todos os taxistas, o aplicativo envia o pedido para o que estiver mais próximo do cliente. Com um comando de voz, é possível acionar o GPS e definir o trajeto. "Na primeira semana, um cooperado veio aqui devolver o tablet e disse que ia largar tudo porque aquele aparelho não servia para ele", lembra Daniel Salles. Aos poucos, com minicursos e assistência individual, até os taxistas mais velhos conseguiram se acostumar com a nova tecnologia.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 6 de agosto de 2011

Categoria: Geral


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