De volta ao Brasil, os taxistas procuraram uma empresa que desenvolve softwares para cooperativas de táxi e encomendaram um aplicativo. "O rádio ficou obsoleto para o número de chamados que recebemos - são em média 4 mil por dia", diz Daniel Salles, presidente do grupo, que espera faturar este ano em torno de R$ 40 milhões.
Os consumidores comuns, segundo o executivo, compram um aparelho como esse basicamente para consumir conteúdo e acessar e-mails. As corporações querem levar para o tablet as tarefas do dia a dia.
Foi o que os taxistas conseguiram fazer. Antes de ter um Galaxy da Samsung, Reginaldo Assis passava o dia no rádio com as operadoras, que lhe diziam para onde ir, quem atender e a que horas. "Tinha sempre um gravador no carro porque não dava para anotar os chamados dirigindo", lembra. Agora, ele chega a ficar o dia inteiro sem falar com as telefonistas.
Assis e os colegas acompanham as ordens de serviço pelo tablet. Com a localização de todos os taxistas, o aplicativo envia o pedido para o que estiver mais próximo do cliente. Com um comando de voz, é possível acionar o GPS e definir o trajeto. "Na primeira semana, um cooperado veio aqui devolver o tablet e disse que ia largar tudo porque aquele aparelho não servia para ele", lembra Daniel Salles. Aos poucos, com minicursos e assistência individual, até os taxistas mais velhos conseguiram se acostumar com a nova tecnologia.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 6 de agosto de 2011