A ascensão da nova classe média também tem levado mais consumidores de carro aos shoppings e essa mudança exige que as vagas fiquem disponíveis mais rápido. "Antigamente, nossos clientes vinham mais de metrô ou de ônibus. Agora, com renda maior e acesso fácil ao crédito para compra de veículos, esse perfil mudou", comenta Ricardo Afonso, diretor do complexo formado pelo Center Norte e Lar Center. Esses dois empreendimentos já estão instalando novas cancelas e equipamentos automatizados em suas entradas. A cobrança está prevista para começar em janeiro. O valor das primeiras quatro horas deve ficar entre R$ 5 e R$ 6, diz Afonso. É metade do preço cobrado por shoppings que têm as tabelas mais caras da cidade, com as três primeiras horas saindo a R$ 10. Ainda está em estudo como será feito para os clientes do hipermercado anexo ao complexo.
Afonso explica que, em primeiro lugar, o uso indevido das vagas, que vem se acentuando há quatro anos, levou o Center Norte a optar pela cobrança, nunca adotada desde a sua inauguração, em 1984. Ele calcula que cerca de 40% das vagas sejam utilizadas dessa forma.
O uso indevido do estacionamento também foi a justificativa para que o Central Plaza, na zona leste, adotasse a cobrança no ano passado. No Center Norte, todo o sistema já deve estar implantado em outubro. Em novembro entra em teste.
O Shopping Aricanduva ainda estuda o sistema que adotará. A ideia é iniciar a cobrança no primeiro semestre do próximo ano, depois do período de vendas de fim de ano, segundo Marcos Sérgio de Oliveira Moraes, diretor-superintendente do centro comercial. "Estamos estudando deixar as duas primeiras horas gratuitas", explica. O valor ainda não foi definido. Segundo pesquisa do Aricanduva, 80% dos clientes ficam no shopping até duas horas. O centro de compras diz que a mudança ocorre pelo grande número de funcionários de empresas vizinhas ao shopping, que deixam o carro no local.
Fonte: Jornal da Tarde, 5 de agosto de 2011