"Nós fizemos três simulações diferentes do relatório, uma da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), uma da SPTrans (São Paulo Transporte) e a outra, de uma empresa que faz isso. Então, é um relatório bastante criterioso", disse Tatto, depois de vistoriar as novas paradas de ônibus no canteiro central do entroncamento das Avenidas Juscelino Kubitschek e Santo Amaro, na zona sul de São Paulo.
De acordo com ele, o mapeamento traçou a quantidade de ônibus, linhas e passageiros nos corredores, além do número médio de táxis que os utilizam. O levantamento também mediu o impacto que os táxis provocam na velocidade dos coletivos nos dez corredores da capital paulista.
"Não existe ainda essa decisão política em relação à retirada dos táxis dos corredores. Se você perguntar se o táxi atrapalha o corredor, atrapalha, assim como tudo o que interfere."
Mais cedo, em entrevista à Rádio Estadão, o promotor responsável por pedir o levantamento à Prefeitura, Mauricio Antonio Ribeiro Lopes, de Habitação e Urbanismo, afirmou que a prioridade deve ser do transporte coletivo. "O táxi para mim é um meio de transporte individual de passageiros. Mas pode-se dizer que, às vezes, um táxi leva duas ou três pessoas. Bom, mas então uma mãe que leva três filhos à escola também vai poder usar o corredor?"
Para ele, "táxi não é a prioridade". "Se der para compatibilizar (o compartilhamento dos táxis e ônibus) em determinados corredores e horários, não tenho nada contra. O que não quero é deslocar o foco da prioridade, que é o transporte público de passageiros."
Pontos
Um estudo da SPTrans de 2011, ainda na gestão Gilberto Kassab, indicou que os táxis atrapalham a circulação dos ônibus. Com a lentidão, agravam-se os problemas da demora da passagem dos coletivos e da superlotação nos pontos e dentro dos veículos. A autorização para táxis com passageiros circularem nos corredores vigora desde agosto de 2005, quando o prefeito era José Serra (PSDB).
Fonte: O Estado de S. Paulo, 11 de dezembro de 2013