"Uma visão, nos últimos anos, onde o transporte coletivo se concentrou no ônibus urbano, que é poluente, movido a diesel, emissor de gás de efeito estufa e que ocupa a rua", explica Carlos Cavalcanti, diretor de infraestrutura da Fiesp.
Em saúde e segurança, de novo, a penúltima entre as cidades analisadas. À frente, só, de Moscou, na Rússia.
A cidade ainda amarga outro penúltimo lugar, no custo das cidades: preço do táxi, do almoço.
"Compare o preço do hambúrguer em São Paulo e no resto do mundo. É exorbitante essa cidade", afirma o geólogo Enzo Nico Júnior.
Em uma economia global, a qualidade de vida pesa na hora de atrair e reter os melhores profissionais e investimentos. Cidades que não pensam nisso perdem competitividade, garantem os pesquisadores.
Naquilo em que São Paulo vai bem o mérito não é só daqui, mas do Brasil. Graças, por exemplo, ao uso de álcool no tanque dos carros e ao consumo de eletricidade limpa, gerada em usinas hidrelétricas, a capital paulista está entre as dez melhores em sustentabilidade.
Para o Instituto Ethos, São Paulo está longe de ser uma cidade sustentável, embora venha adotando algumas boas medidas. "Fazer inspeção veicular e reduzir a poluição do ar na cidade de São Paulo é uma iniciativa importante. A implantação de uma frota de ônibus movidos a etanol só está sendo feita na cidade de São Paulo", destaca Paulo Itacarambi, vice-presidente do Instituto Ethos.
Na classificação geral, a primeira colocada no estudo foi Nova York. Depois, Toronto, no Canadá, e outra cidade americana, São Francisco. São Paulo ficou em 24º lugar, só à frente de Joanesburgo e Mumbai.
"É muito importante realmente, aproveitando os investimentos que estão sendo feitos para a Copa, para melhorar o desempenho da cidade como um tudo", diz Hazem Galal, coordenador da pesquisa.
Fonte: Jornal Nacional (Rede Globo), 22 de novembro de 2011