O estudo colheu dados registrados pela Polícia Rodoviária Federal, CNT (Confederação Nacional de Transporte) e concessionárias de rodovias em 25 mil km de estradas brasileiras, no período de 2005 a 2009. Foram 120 mil ocorrências em 533 trechos.
Qualidade da rodovia
Pistas largas, com sinalização adequada e pavimentação de qualidade aumentam a confiança dos motoristas, que abusam da velocidade e da imprudência. No entanto, segundo a pesquisa, os acidentes nesses trechos são de caráter leve por causa das melhores condições de segurança.
À medida que as condições da pista diminuem, os motoristas perdem a confiança, por visualizarem a iminência de um acidente. Nestes trechos, o volume de tráfego é costumeiramente menor, mas o número de acidentes com mortes é mais frequente.
Segundo o responsável pela pesquisa, Paulo Resende, a sociedade não está preparada para lidar com o trânsito e sua complexidade. "O motorista brasileiro precisa começar a conviver com estradas boas e ter responsabilidade nas ruins. Defendemos o investimento em fiscalização, punição e educação no trânsito", afirma.
Perigo nos fins de semana
A pesquisa também chegou à conclusão de que há uma concentração de mortes no trânsito durante os finais de semana. Em 2005, 61% dos acidentes que resultaram em morte aconteceram entre sexta, sábado e domingo, nos dez trechos com maior incidência de ocorrências. Em 2009, esse número passou para 51%. "Todas essas passagens das rodovias apresentam características urbanas e rurais, ou seja, existe uma perigosa transição entre o trecho urbano e o rural", destaca Resende.
A madrugada também é campeã em acidentes. Em 2005, 52% dos acidentes aconteceram entre meia-noite e 6h. Em 2009, esse número cai para 43%.
Os principais acidentes
Colisão, atropelamento e abalroamento (colisão lateral) são os principais tipos de acidentes de trânsito no Brasil, sendo que os dois primeiros são os maiores responsáveis pelas mortes nas estradas.
As colisões passaram de 41,55% do total de acidentes registrados em 2005 para 37,45% em 2009; os atropelamentos caíram de 5,09% para 3,74% no mesmo período; as capotagens reduziram de 7,75% em 2005 para 5,23% em 2009.
Por outro lado, o índice de abalroamento (colisão lateral) subiu consideravelmente, saindo de 12,12% em 2005 para 22,34% do total de acidentes registrados em 2009. "Esse aumento deve-se ao maior volume de tráfego registrado ultimamente nas rodovias brasileiras, o que propicia esse tipo de colisão", afirma Resende.
Fonte: Yahoo! Brasil, 24 de novembro de 2011