"É uma solução muito simples a um problema muito grande", resumiu à Agência EFE Mustafa al Betagy, um dos fundadores do Bey2ollak, um dos sites que informam sobre o trânsito no Cairo.
Bey2ollak, que em dialeto egípcio define toda informação cuja fonte não está clara, nasceu quando Al Beltagy e outros quatro amigos decidiram levar às redes sociais o que já faziam por telefone. "Quando saio do escritório, ligo para meus amigos e pergunto qual caminho devo tomar e quais são as ruas mais engarrafadas", explicou.
Dessa forma, através de um aplicativo instalado no telefone, os usuários enviam e recebem mensagens sobre a situação no trânsito no Cairo.
"É como se você tivesse um terceiro olho para ver como estão as ruas e estradas", explicou Al Beltagy, que destacou a importância deste tipo de ferramenta em uma cidade onde não existem helicópteros ou câmeras que registrem o tráfego como em outras metrópoles mundo afora.
Al Beltagy reforçou que existiam dúvidas sobre o sucesso do aplicativo em um país onde os cidadãos não utilizaram maciçamente as redes sociais até janeiro, quando foram fundamentais para articular a revolução contra do regime do presidente Hosni Mubarak.
"Em uma comunidade, todo mundo ajuda de alguma forma, e não sabíamos se este conceito funcionaria, se as pessoas só consultariam sem fornecer nenhuma informação", contou Al Beltagy, que reforçou o notável sucesso de um projeto que no primeiro dia de funcionamento, em outubro de 2010, registrou a participação de 50 mil pessoas.
Após sete meses de vida, Bey2ollak recebe uma média de 10 e 15 mensagens por hora, embora os grandes engarrafamentos ou os fatos fora do normal chegam a concentrar até 300 mensagens por hora.
Apesar de essa ferramenta não resolver o grave problema do trânsito na capital egípcia, Al Beltagy destacou que foram essenciais para evitar os piores engarrafamentos.
"É como a chegada dos telefones celulares: antes não sentíamos necessidade de ter um, mas agora já não podemos viver sem eles", concluiu Al Beltagy.
Fonte: Agência EFE, 18 de maio de 2011