Parking News

Não fosse o salto alto, a assistente de atendimento Alline Ewbank pensaria seriamente em andar a pé e deixar o ônibus de lado. Só no trânsito da avenida Paulista, ela passa de 30 a 40 minutos da viagem de uma hora e dez minutos que faz diariamente até o ABC, onde mora. Ontem, dia 23, para matar o tempo, Aline lia sobre meditação na internet de seu celular. A velocidade dos ônibus na Paulista é a menor entre as vias medidas pela SPTrans, responsável por gerenciar o transporte coletivo na cidade de São Paulo. Às 19h de ontem, atravessar a avenida no sentido Consolação levava 28 minutos, um a menos do que o mesmo trajeto feito a pé. Em abril, a velocidade média no pico da noite na avenida foi de 8 km/h, pouco mais do que o de uma caminhada, aponta reportagem da Folha de S. Paulo.
A média dos corredores da cidade é de 20 km/h - o ideal é andar entre 20 km/h e 25 km/h, segundo especialistas. A Paulista passa longe disso: em abril, os ônibus andavam no máximo a 13 km/h no trecho, diz a SPTrans. A avenida, vale dizer, não é um corredor exclusivo de ônibus. Nela também se concentram táxis, carros-fortes e automóveis que estacionam nos prédios comerciais. Há, ainda, 31 semáforos nos 3 km da via, o que aumenta a lentidão dos ônibus, na faixa da direita. "Tem dias em que até pedestre anda mais rápido", atesta o motorista Eliel de Lima, da linha Vila Anastácio-Metrô Paraíso, que passa até meia hora na Paulista. Ele dá voz a uma reclamação comum: o trecho da avenida Paulista trava o fluxo dos coletivos que têm de passar ali. O maior prejuízo, segundo a SP Urbanuss, sindicato das empresas de ônibus, é com a pontualidade. Nos períodos de maior movimento, não é preciso ter pressa para tomar o ônibus. A pé, é possível alcançá-lo, tamanha a lentidão.
Prioridade
Para Horácio Figueira, consultor de trânsito, a prefeitura deveria dar prioridade aos ônibus com a criação de um corredor exclusivo na faixa da esquerda, ainda que à custa de reduzir a largura das faixas da avenida. Outra solução seriam semáforos sincronizados por radiofrequência com os ônibus, o que diminuiria as paradas dos coletivos em sinais vermelhos. Ele fez um levantamento segundo o qual os automóveis levam cerca de 5.000 pessoas por hora em três faixas da Paulista. No mesmo tempo, na faixa usada pelos ônibus, são carregados 10 mil.
Por ora, a prefeitura estuda reduzir as linhas que passam na Paulista para fazer andar os demais ônibus. Para Jaime Waisman, professor da USP e consultor, a ideia é adequada. Ele critica, no entanto, o adensamento da região: está em construção na via um shopping, no terreno da antiga mansão dos Matarazzo, que despejará 1.090 veículos a mais na avenida a cada hora, segundo dados da CET.
Fonte: Folha de S. Paulo, 24 de maio de 2011

Categoria: Cidade


Outras matérias da edição

CET interta rua por 180 as em SP (21/05/2011)

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) interditou parcialmente a rua Baltazar da Veiga, entre as ruas Lourenço de Almeida e Domingos Leme, na Vila Nova Conceição, na zona sul de São Paulo, para ob (...)

De dez carros, oito ignoram pedestres (19/05/2011)

A campanha para aumentar o respeito aos pedestres em São Paulo completou dia 18 de maio uma semana, mas o que se vê nos cruzamentos da cidade ainda é desanimador. Carros aceleram e buzinam para apress (...)


Seja um associado Sindepark