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Carros que não precisam respeitar o rodízio no dia da placa agora são multados na capital paulista porque não respeitaram o próprio rodízio. É que os radares sempre fazem as fotos dos carros de frente e não existe um banco de dados que elimine esses veículos liberados de rodar nos dias em que a placa é sujeita a multas. Paulo Avancini é um colecionador delas. A empresa dele recebeu 16 em pouco mais de um ano. Todas as multas são por desrespeitar o rodízio. "Eu tomei cerca de 25 multas por ter furado o rodízio, só que transporto (produtos) perecíveis e pela lei, desde 1998, tenho isenção de poder rodar na cidade. Só que os radares que foram instalados na cidade estão multando toda quinta-feira. Quando eu saio com meu carro, tomo uma multa mesmo tendo essa isenção", conta o empresário do setor de alimentação.
O telefone do departamento de operação do sistema viário não ajuda: só dá ocupado. O jeito, então, é entrar com recurso por toda multa. "Eu tenho que juntar uma série de documentos. O cartão, o CNPJ da empresa, o contrato social. Tenho que juntar minha habilitação, a cópia da multa, uma defesa por escrito e mais uns documentos que são padrão lá do Detran para poder mandar pelo correio", conta o empresário. Para cada multa que recebe, ele diz desembolsar R$ 20 por recurso.
Para evitar tomar mais multas, como o carro tem placa com final 8, acaba ficando toda quinta-feira na garagem, mesmo tendo as informações de que transporta produtos perecíveis. Não recebem multa de radar as lotações, motos, táxis, transportes escolares, ambulâncias e carros com pessoas deficientes. São isentos, mas acabam multados por radar os veículos funerários e os carros que transportam sangue e órgãos.
Sistema complexo
José Luiz Nakama, assessor técnico do Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV), diz que o órgão está desenvolvendo um sistema que vai permitir um cadastramento prévio desses veículos. De acordo com ele, no entanto, "é um sistema muito complexo". "Nós dividimos ele em módulo. E o módulo de produtos perecíveis está previsto para implantação neste ano", afirma. Depois, a ideia é desenvolver outros módulos.
Enquanto isso, quem é isento, como Paulo Avancini, vai ter que escolher: deixar o carro na garagem ou enfrentar uma jornada para recorrer das multas.
Fonte: portal G1, 27 de abril de 2011

Categoria: Geral


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