O telefone do departamento de operação do sistema viário não ajuda: só dá ocupado. O jeito, então, é entrar com recurso por toda multa. "Eu tenho que juntar uma série de documentos. O cartão, o CNPJ da empresa, o contrato social. Tenho que juntar minha habilitação, a cópia da multa, uma defesa por escrito e mais uns documentos que são padrão lá do Detran para poder mandar pelo correio", conta o empresário. Para cada multa que recebe, ele diz desembolsar R$ 20 por recurso.
Para evitar tomar mais multas, como o carro tem placa com final 8, acaba ficando toda quinta-feira na garagem, mesmo tendo as informações de que transporta produtos perecíveis. Não recebem multa de radar as lotações, motos, táxis, transportes escolares, ambulâncias e carros com pessoas deficientes. São isentos, mas acabam multados por radar os veículos funerários e os carros que transportam sangue e órgãos.
Sistema complexo
José Luiz Nakama, assessor técnico do Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV), diz que o órgão está desenvolvendo um sistema que vai permitir um cadastramento prévio desses veículos. De acordo com ele, no entanto, "é um sistema muito complexo". "Nós dividimos ele em módulo. E o módulo de produtos perecíveis está previsto para implantação neste ano", afirma. Depois, a ideia é desenvolver outros módulos.
Enquanto isso, quem é isento, como Paulo Avancini, vai ter que escolher: deixar o carro na garagem ou enfrentar uma jornada para recorrer das multas.
Fonte: portal G1, 27 de abril de 2011