O incêndio no casarão onde funcionava o primeiro estacionamento interditado aconteceu no dia 18 de março do ano passado. Segundo os bombeiros, o material inflamável que havia no local - madeira, plástico e papel - contribuiu para a rápida combustão. Até agora, não há informações sobre a causa. Depois do incêndio, o imóvel desabou. "Existe uma prática criminosa no Centro, principalmente no Corredor Cultural, que visa a incendiar os casarões antigos para transformar os terrenos em estacionamentos", afirmou o subprefeito Thiago Barcellos.
Suposta dona usava colete do Rio Rotativo
Segundo a subprefeitura, está sendo realizado um levantamento das garagens do Corredor Cultural para detectar as que estão irregulares. Ainda de acordo com o órgão, as operações de interdição serão intensificadas ao longo deste ano. Na tarde do dia 27, repórteres do Globo estiveram na Rua do Teatro. Apenas uma mulher, que disse ser dona do JF Estacionamento, mas não quis se identificar, defendeu-se. O curioso é que ela vestia um colete do sistema Rio Rotativo e admitiu trabalhar também com a venda de tíquetes para os motoristas que param ao longo da via. "Eu tenho o estacionamento há oito anos. Por quatro anos, funcionei com alvará provisório. Há quatro estou na Justiça para recuperar o alvará. E vou entrar com uma liminar para cancelar a interdição. Pago R$ 1.100 mensais de IPTU", afirmou.
Em 15 de setembro do ano passado, numa ação semelhante, agentes da subprefeitura interditaram um ferro-velho e um estacionamento irregulares que funcionavam num terreno municipal, na Avenida Haddock Lobo, no Estácio.
Fonte: O Globo (RJ), 28 de abril de 2011