É o caso do contador Luiz Henrique da Silva Neuchi, que vendeu o carro e optou pelo ônibus. Segundo ele, a despesa mensal com o carro que ele usava só para ir ao trabalho passava de R$ 1.200, cerca de R$ 250 só com o combustível. Agora, de ônibus não gasta mais de R$ 100 por mês. "O transporte coletivo tem alguns incômodos: às vezes está chovendo, às vezes está frio. Não é tão confortável como entrar no seu carro e ligar o ar-condicionado e ir para o teu trabalho. Nos primeiros dias é ruim, mas depois você acostuma", conta.
Comerciantes de Cuiabá também reclamam da alta no preço dos combustíveis. Em uma distribuidora de água e gás, oito motos movidas a gasolina rodam o dia inteiro fazendo entregas. O gerente da distribuidora, Lino Lima, ainda não fez as contas, mas já sabe que o lucro da empresa diminuiu devido aos gastos com combustível. "Nós não repassamos (os gastos) ainda para o consumidor e assumimos o custo. Mas se houver uma nova alteração, teremos que repassar o aumento para o consumidor", explica o gerente.
Repasse
De acordo com o economista Emanuel Daubian, para o pequeno comerciante de uma área com vários concorrentes, a alternativa é assumir o aumento para ganhar o consumidor. "Mas se não houver grande concorrência, o pequeno comerciante deve repassar o aumento nos gastos para o valor do seu produto", aconselha.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo), Aldo Locatelli, nos próximos dias deve haver um novo reajuste no preço do combustível, mas com o início da safra de cana-de-açúcar os preços devem cair.
Fonte: portal G1, 29 de abril de 2011