Segundo a consultoria alemã, o açúcar já pode ter atingido o seu pico de preço após a máxima de 29 anos registrada na bolsa de Nova York, de 30,40 centavos de dólar por libra-peso, o que pode resultar em preços de etanol mais competitivos no Brasil e no mundo.
"A frota de carros flex (no Brasil) vai continuar a se expandir e o etanol vai voltar a ser competitivo", declarou o diretor-geral da Licht, Christoph Berg, em conferência internacional realizada em São Paulo.
Ele disse ainda que uma indústria mais bem capitalizada diante de fusões e aquisições ocorridas no País deve também aumentar a capacidade de as empresas segurarem seus estoques, evitando que os preços despenquem, como ocorreu na safra passada.
Segundo a Licht, nos últimos três anos ocorreram no Brasil 60 acordos envolvendo 100 usinas. Berg citou a joint-venture fechada entre a Shell e a Cosan, um sinal de que as empresas multinacionais estão atuando cada vez mais no setor.
Com a produção maior em 2010/11, a Licht estima estoques finais para o novo ano-safra, a ser encerrado em março de 2011, de 1,82 bilhão de litros, alta em relação aos 1,57 bilhão de litros de 2009/10, quando o mercado de etanol ficou apertado na entressafra, resultando em uma disparada de preços na bomba, o que levou o governo brasileiro a reduzir temporariamente a mistura de etanol anidro na gasolina.
Vendas externas
As exportações de etanol do Brasil em 2010/11 foram estimadas pela Licht em 3,1 bilhões de litros, estável ante os 3,15 bilhões de litros vendidos ao Exterior na temporada anterior, mas ainda em queda em relação aos 4,7 bilhões de litros exportados na temporada 2008/09.
De acordo com avaliação da Licht, os Estados Unidos, um dos principais mercados para o etanol brasileiro, devem registrar importações estáveis em 2010, de 1,1 bilhão de litros na comparação com o ano anterior. Esse volume representa a metade do que o país importou em 2008.
Fonte: Agência Reuters, 23 de março de 2010