Ao examinar o caso do Rio de Janeiro, Flávia concluiu que, além de aumentar o número de vias para ciclistas, é preciso investir em estacionamentos nas estações de trem, metrô e ônibus. Atualmente, somente algumas estações do metrô oferecem esses espaços.
Conforme noticiou o portal G1, no dia 23 de março, ela apresentou os resultados preliminares do documento em um seminário no campus da UFRJ, no Ilha do Fundão, no subúrbio do Rio, que reuniu especialistas internacionais da área de transporte. Os dois locais analisados por Flávia e sua equipe são Santa Cruz, na Zona Oeste, e Colégio, no subúrbio do Rio.
Santa Cruz tem maior número de ciclistas no Rio
De acordo com o estudo, Santa Cruz tem o maior índice de bicicletas da cidade: 12% da população usam o veículo, enquanto que a média no Rio é de 2%, ou seja, são seis vezes mais ciclistas naquela região.
O documento aponta dois estacionamentos privados na região, que, em horário de pico, não dão conta da demanda e recebem cerca de 600 bicicletas em um dia. De acordo com Flávia, a maioria dos usuários de trem da Supervia reclama da falta de segurança, do alto preço do bicicletário pago e da distância do estacionamento para a estação.
Em Colégio, foi constatado que os ciclistas usuários do metrô param os veículos no entorno da estação, já que não há estacionamento.
A pesquisadora sugere, além de melhoria da malha cicloviária da cidade, que é precária, o financiamento da bicicleta para a população de baixa renda.
Um dos objetivos da pesquisadora, que pretende terminar o trabalho dentro de um ano e meio, é levar os resultados do documento para autoridades públicas.
Flávia acredita que o Rio de Janeiro tem potencial para aumentar o número de ciclistas. "O carioca não tem tanto preconceito, não vê a bicicleta como transporte de pobre, como acontece em outras regiões."
Fonte: portal G1, 27 de março de 2010