O aumento da concentração das partículas foi ligado diretamente a um crescimento nos registros de infartos. "Podemos comparar a poluição com o tabagismo, que é um fator de risco comprovado. Já existem estudos que fazem essa associação", diz Miguel Moretti, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
A inalação de micropartículas ou de gases como dióxido de carbono e monóxido de enxofre causa um processo inflamatório e inchaço nos vasos sanguíneos.
"As artérias do coração são as que mais sofrem com o estreitamento, porque elas já são mais finas", diz Moretti.
Segundo Abrão José Cury Júnior, cardiologista do HCor e autor de um estudo que relaciona poluição e hipertensão, o aumento do risco de infarto está associado à aterosclerose - formação de placas nos vasos que dificultam a passagem do sangue.
Mesmo quem não tem histórico de doença cardíaca pode sofrer alterações. O risco é maior para quem faz exercícios em locais com muita circulação de veículos ou fica muito tempo no trânsito.
"Os principais poluentes são dos automóveis. Fazer atividade física perto de uma avenida em horário de rush é muito perigoso, principalmente se a pessoa tiver algum fator de risco", diz Maria Lucia Bueno Garcia, pesquisadora do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP.
Fonte: BOL Notícias, 22 de setembro de 2010