O problema é que, para deixar o carro em casa e usar o transporte público no DF, é preciso ter coragem. Os ônibus andam sempre lotados. Cenas de coletivos quebrados e paradas lotadas são comuns. Já o metrô, que funcionou o dia inteiro de graça, só atende à Asa Sul e mais quatro cidades.
A maioria da população não tem alternativa a não ser comprar um carro. Já são 1,2 milhão circulando diariamente, provocando congestionamentos, acidentes e poluindo o ar.
Para o presidente do Instituto Brasília Ambiental, Gustavo Souto Maior, a culpa é do governo, que não investe no transporte de massa. "Temos que ter um transporte coletivo de boa qualidade, temos que oferecer alternativas para as pessoas andarem mais de bicicleta e a pé", destaca.
O borracheiro Lindomar Cruz mora em Ceilândia, uma das cidades atendidas pelo metrô, e já achou a solução que os ambientalistas querem no dia de hoje. Ele vai até a estação de bicicleta, para na Rodoviária e completa o percurso até a Asa Norte, onde trabalha, pedalando.
"Falta ciclovia. Não tem como disputar espaço com os carros. É tanto que, quando pedalo no Plano, vou por dentro das quadras", diz Lindomar.
Fonte: programa Bom Dia DF (TV Globo), 22 de setembro de 2010