Entre os quatro tipos de motoristas pesquisados, os de caminhão apresentaram a maior taxa de uso de álcool: 4,9%, seguidos pelos de moto (4,8%), carro (4,5%) e ônibus (1,2%). A coleta dos dados era feita às sextas e sábados, mas interrompida à 0h.
Mesmo liderando o ranking de uso de álcool, os motoristas de caminhão ficaram na segunda posição quando foram perguntados se haviam bebido no dia da coleta de dados - 9,6% deram resposta positiva. Os motoqueiros ficaram em primeiro, com 14,6%, seguidos pelos motoristas de carro (14,1%) e de ônibus (2,4%).
Segundo o coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Trânsito e Álcool da UFRGS, Flavio Pechansky, o fato de os motoristas de ônibus terem os menores índices pode ser relacionado com o exercício da profissão. "Muito provavelmente, são muito mais monitorados no seu comportamento profissional", afirmou. Apesar disso, disse Pechansky, os dados brasileiros podem ser considerados "conservadores", pois a pesquisa não foi feita, por exemplo, durante a madrugada.
O levantamento mostra também que 25% dos motoristas admitiram beber "pesado" entre duas e oito vezes no mês anterior à entrevista (mas não necessariamente antes de dirigir). De acordo com a pesquisa, 59,1% dos motoristas de automóvel disseram que bebem entre 7 e 15 doses de álcool em um dia normal de consumo.
Não foi questionado aos motoristas se eles haviam utilizado outras substâncias que não o álcool; no entanto, amostras de saliva foram coletadas. Elas mostraram um alto índice de uso de anfetaminas, por exemplo, entre os motoristas de caminhão.
As amostras também revelaram que os motoristas que tiveram resultado positivo para uso de álcool têm maior incidência de transtornos psiquiátricos, como depressão.
Fonte: portal G1, 22 de março de 2010