Parking News

Capacidade máxima no céu e também na terra. Terças, quartas e quintas-feiras, além de fila no check-in, passageiros do Aeroporto de Congonhas têm de acrescentar no cronômetro o tempo em busca de vaga no estacionamento - pelo menos quem não dispensa a área coberta do outro lado da pista de decolagem. Nesses dias, o edifício garagem, com cinco andares e 2.554 vagas, está lotado e amanhece fechado. Em funcionamento apenas as 815 do estacionamento aberto, constata reportagem do Diário de São Paulo. Pela vocação executiva do aeroporto, o maior volume de usuários do estacionamento de Congonhas é composto por passageiros que fazem viagens curtas e não abrem mão do conforto de chegar de viagem, descer uma escada rolante e ter o carro à mão - mesmo pagando R$ 61 por uma diária. "Um bom serviço de táxi seria mais eficiente e barato. Uma corrida do Centro para Congonhas custa, em média, R$ 30", explica o engenheiro especialista em trânsito Adriano Murgel Branco. Ele acrescenta que, aliado ao mau hábito do motorista de sempre querer ter o carro próximo, inexiste um serviço de transporte público eficiente, com ligação ao metrô, e uma frota de ônibus apropriada para o passageiro do aeroporto.
Chuva
Para quem insiste em parar no edifício garagem é preciso desembolsar R$ 13 a mais com o serviço de manobrista. Com o valet, o estacionamento consegue absorver mais 120 carros por andar parando nas rampas e na área de circulação. A SAO Parking, que administra o estacionamento, não quis se pronunciar sobre a crítica ao serviço. Funcionários ouvidos pelo Diário, no entanto, afirmaram que às vezes o edifício garagem fica fechado o dia inteiro. "Tem motorista nervoso, principalmente quando chove. A gente tenta explicar que, conforme vai liberando, vai abrindo", contou um deles, que pediu anonimato. Em nota, a assessoria da Infraero informou que a quantidade de vagas atende à demanda. Segundo o órgão, o horário mais crítico é pela manhã e no início da tarde, com melhora a partir das 15h. Nos últimos três anos, aumentou em 1,8 milhão o número de passageiros no terminal.
Aeroporto não dispõe de serviço de ônibus seletivo
Para minimizar a procura por vagas, o consultor em engenharia de tráfego e transportes Horácio Figueira sugere a criação de rotas de ônibus seletivo, saindo de locais estratégicos. A SPTrans informa que somente pela Avenida Washington Luís circulam 74 linhas, oriundas de diversas partes da cidade, que têm como destino Congonhas. A ida de ônibus ou metro requer tempo. Em simulação no site da SPTrans, das principais estações de metrô da cidade ou de terminal de ônibus, o passageiro tem de pegar de duas a quatro conduções até o aeroporto. Do Terminal Barra Funda, por exemplo, são necessários 58 minutos e quatro conduções, Para quem não pode perder esse tempo e não abre mão do carro, existem opções mais em conta: a diária MultiPark, na Rua Henrique Fausto Lancelotti, 6.333, sai por R$ 26. O estacionamento oferece vans 24 horas de ida e volta ao aeroporto. Outro serviço é o do Stop & Park, que fica na Avenida Washington Luís, 6.901 e 7.023, cuja diária é R$ 32. Ambos oferecem 500 vagas.
O edifício garagem de Congonhas começou a funcionar em 2006, depois de dois anos de obra e R$ 50 milhões. O projeto é de autoria do arquiteto Sérgio Parada, que elaborou também um estudo para o edifício garagem B, com o qual Congonhas dobraria a oferta para 5 mil vagas. Segundo a Infraero, embora exista a intenção, não há data prevista para o início das obras, onde hoje funciona o estacionamento aberto. Mas, quando a construção começar, o aeroporto vai perder as únicas vagas que ainda restam. Quanto mais demora, mais fica complicado. "Com o passar do tempo, o estoque de vagas piora. Para a construção, terá de ser bolada alguma coisa para evitar mais impactos negativos, como estudar um sistema de construção por pedaços", explica o arquiteto.
Fonte: Diário de São Paulo, 2 de março de 2011

Nota da empresa SAO Parking:

A SAO Parking esclarece que a informação veiculada na notícia acima, de que o Valet estaciona nas rampas, não é verdadeira. Segundo a empresa, existe uma área específica para estacionar os automóveis do serviço de Valet, e quem estaciona nas rampas de acesso aos andares são os usuários.