Ainda conforme o Estado, o secretário de Transportes Alexandre de Moraes assegurou que vai regulamentar a circulação de cargas pela cidade. O jornal prevê que talvez seja corrigida a principal falha da chamada Zona de Máxima Restrição à Circulação que, embora tenha sido ampliada no ano passado, de 11,5 km para 24,5 km, não impediu o tráfego de caminhões de segunda a sexta-feira, das 10 às 20 horas, e, aos sábados, das 10 às 14 horas.
Numa capital com trânsito tão caótico, o transporte de carga deve ser concentrado nas madrugadas. Não há mais horário de pico em São Paulo. Nas marginais, por exemplo, às 22 horas o trânsito ainda é intenso. Portanto, para o jornal, São Paulo deveria fazer o que há anos é feito em cidades desenvolvidas, que só permitem a circulação de caminhões ou dos chamados veículos urbanos de carga (VUCs) na malha viária urbana nas horas mortas. O trânsito vai melhorar; o meio ambiente se beneficiará com a redução na emissão de poluentes; e os empresários de transportes economizarão combustível e a manutenção de veículos.
Tivesse a Prefeitura investido em garagens subterrâneas desde que Jânio Quadros iniciou esse tipo de projeto, São Paulo não precisaria oferecer tantas vagas de Zona Azul nem condenar os motoristas a estacionar seus carros em estacionamentos irregulares.
O secretário Alexandre de Moraes afirmou ainda que um grupo de estudos já mapeou 19 pontos de estrangulamento que podem ser eliminados com alteração de semáforos, sinalização e pequenas obras. Os técnicos também estão fazendo o levantamento de 140 rotas alternativas, para melhor distribuir o trânsito concentrado nos principais corredores, sem que ruas estritamente residenciais sejam invadidas.
São medidas necessárias, mas que não deveriam ser tomadas em situações de emergência, desconectadas de um planejamento urbano mais abrangente. São Paulo precisa ter uma política urbana consolidada para a questão de estacionamento e circulação de cargas, atrelada ao Plano Diretor Estratégico, seguindo o exemplo de capitais de países desenvolvidos.
As meias medidas produzem efeitos de curto prazo e empurram o problema para as próximas gestões, conclui o jornal.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 19 de março de 2008