Parking News

Uma pesquisa realizada na Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) revelou que, se houvesse mais estacionamentos dentro das próprias estações, dobraria o número de adeptos do "park and ride", modalidade de locomoção praticada hoje diariamente por mais de 17 mil pessoas em São Paulo por motivo de trabalho, segundo o jornal O Dia. Elas vão de carro até um estacionamento geralmente localizado nos arredores das estações e embarcam no metrô para trabalhar. "Em uma tradução livre, seria algo como estacione e embarque no metrô", explica o engenheiro Alberto Benedito Lima Júnior.
De acordo com o estudo de mestrado "Viagens park and ride por motivo trabalho: estudo de caso na cidade de São Paulo", o número aumentaria mais ainda se os preços desses estacionamentos fossem menores do que os cobrados no centro da cidade e a lentidão do trânsito até a área central se agravasse ainda mais. Para Lima Júnior, a implantação dessa medida seria uma das alternativas para aliviar o trânsito de São Paulo. "Poderiam ser outros 17 mil veículos fora de circulação no centro da cidade nos horários de pico", enfatiza. Aproximadamente 80% das viagens de metrô têm como destino a área central da cidade. Em termos comparativos, a construção de estacionamentos em várias estações diferentes, com alta capacidade de vagas, teria um custo não muito maior do que a construção de uma nova linha de metrô. O engenheiro acredita que seria uma medida economicamente viável podendo ser explorada como uma parceria público-privada (PPP). Ou seja, o governo estipularia uma política de preços de estacionamento para os usuários e o concessionário receberia um valor independente e proporcional às vagas ocupadas.
O Programa Integrado de Transportes Urbanos para 2020 prevê o controle de estacionamento na área central e a construção de outros junto às estações de metrô, como uma forma de incentivar a troca do transporte individual pelo coletivo. No entanto, Lima Júnior conta que eles já faziam parte dos projetos iniciais, mas com o propósito de atrair passageiros para o metrô. O pesquisador acredita que o park and ride deve ser revisto como instrumento para aliviar o trânsito.
A pesquisa revelou que os usuários do park and ride são pessoas com poder aquisitivo acima da média e que 63% delas são homens. "É possível que a prevalência de homens seja devido à insegurança, já que os estacionamentos ficam apenas próximos e não dentro das estações", sugere o engenheiro. "No entanto, cada vez mais mulheres que entram no mercado de trabalho aderem à prática". As viagens são provenientes de diversos bairros que distam um tempo médio de 50 minutos da estação, e que dois terços dos usuários gastam igual ou menor tempo para ir ao trabalho usando o park and ride, em comparação a uma viagem somente de carro. O principal motivo pela escolha do park and ride é o trânsito ruim e, o segundo, a economia de tempo. O um terço restante, que leva mais tempo se não for direto de carro ao trabalho, atribui a prática à segurança, comodidade e ao custo, que compensariam em relação a chegar mais rápido de carro ao escritório.
Lima Júnior conclui que ações conjuntas de regulamentação e controle do estacionamento público e privado na área central, com melhoria dos estacionamentos junto às estações de metrô, somadas ao possível aumento do tempo da viagem de automóvel por motivo de trabalho e ao estímulo às viagens park and ride, podem trazer melhora ao trânsito e aumentar a acessibilidade à área central da cidade.
Fonte: O Dia (SP), 18 de março de 2008

Categoria: Fique por Dentro


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