Então, fui fazer uma visitinha a supermercados na Mooca e na Marginal, para averiguar.
Não precisei esperar nem dois minutos! Chegou uma mulher e parou na cara dura na vaga de idoso. Ela não parecia grávida, muito menos com alguma dificuldade de locomoção. Mais alguns minutos e chega a dona do outro carro que já estava estacionado na outra vaga de idoso. Fui perguntar por que ela tinha parado na vaga de idoso e ela disse que, como não tinha nenhum idoso, ela parou! Dá para acreditar? Juro que ela falou isso mesmo!
Fiquei lá uns 40 minutos e pararam cinco carros na vaga de idosos e só um parecia acima dos 60 anos.
Fui ao outro supermercado e pimba! Desta vez o primeiro carro era de um homem de uns 40 anos. Parou e nem olhou para o chão. Será que o problema é que as pessoas não conseguem ver as marcas no chão? Pode ser...
Os banheiros especiais para deficientes não são de uso exclusivo, mas, sim, preferencial. Mas as vagas especiais são de uso exclusivo! Se uma pessoa não apresenta nenhuma dificuldade de locomoção não deve usar. Nem que seja bem rapidinho.
Aí fico pensando: já houve campanha para explicar isso às pessoas? Precisa ou deveria ser óbvio? Óbvio, certamente, não é! Principalmente porque as vagas especiais são sempre localizadas em lugares privilegiados.
Minha pequena pesquisa não teve nada de científico. Conversei com alguns dos espertinhos. Nenhum disse que não tinha visto a sinalização. Ninguém se desculpou. Só disseram que foi só por um instante que usaram a vaga.
Bem, espero que, quando eu ficar velhinho, os orelhudos já tenham aprendido para que servem aqueles sinais azuis no chão dos estacionamentos."
Fonte: Folha de S. Paulo, 23 de março de 2008