Até lá a concessionária terá o desafio de alavancar as receitas para fazer valer o investimento de R$ 19 bilhões de outorga pagos ao governo. A meta é dobrar as receitas comerciais, que hoje representam cerca de 25% do faturamento, com novas franquias e serviços.
Já no próximo mês, serão duas novas opções de alimentação. Mas a ambiciosa estratégia comercial, ainda em elaboração, também estuda atrair grandes redes de varejo, hotel e até um centro de convenções no entorno do aeroporto. Para suportar tantas transformações, o consórcio - formado por Odebrecht Transport, Changi Airports e Infraero - espera para setembro o desembolso de parte do financiamento do BNDES, com valor superior a R$ 1 bilhão.
"No primeiro momento, é fundamental a estratégia comercial para, no curto e médio prazos, podermos alavancar mais as receitas. A equação é um composto de variáveis, um equilíbrio dinâmico entre as receitas comerciais e aeroportuárias", diz Sandro Fernandes, novo diretor comercial do aeroporto. Segundo ele, a meta é chegar entre 40% e 50% em 20 meses.
A partir daí, quando o terminal deve inaugurar as primeiras reformas, com novas pontes e áreas de embarque, o foco será ampliar as operações de voos e rotas com as companhias aéreas. "São duas alavancas para brincar com a equação. A mais rápida é trazer mais comércio, mais serviços, mais opções de compra. O incremento de rota demora mais, mas quando você traz mais voos, essa equação começa a mudar", completa.
As mudanças serão implementadas de acordo com o cronograma das obras, que prevê ainda um prédio de estacionamentos e um novo pátio de aeronaves. As reformas foram iniciadas no último mês, segundo o consórcio. O conceito que marcará a experiência do passageiro na arquitetura e configuração do terminal será "uma extensão da calçada de Ipanema", conta Fernandes.
"O posicionamento do aeroporto terá duas vertentes: o life style carioca, que o mundo vem buscar e conhecer em Copacabana, Ipanema, Leblon. Mas com uma abertura global, sofisticado sem ser rígido ou elitista", explica o executivo.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 19 de julho de 2014