O início do funcionamento da e-CNH na cidade de São Paulo estava previsto para 20 de dezembro. Mas, dias antes, o governo suspendeu a operação por 30 dias. À época, Detran e a Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp) argumentaram que dariam maior prazo de adaptação às entidades envolvidas no processo - médicos, psicólogos e autoescolas.
O sistema da e-CNH foi instalado no Interior e no Litoral ao longo do último ano. O objetivo é evitar fraudes e trazer mais segurança ao sistema.
O Estado apurou que ao menos nove cidades do Interior ainda enfrentam graves instabilidades. Algumas não conseguiam dar continuidade a nenhum procedimento desde novembro.
Falhas
Em Santos, as autoescolas reclamam de lentidão. "Na sexta-feira, 60 alunos assistiram aula teórica e não conseguiram cadastrar a digital", diz o dono da autoescola Rally, Luis Carlos Lucena. Instabilidades também têm sido comuns em Botucatu e Ribeirão Preto.
Nas cidades de Conchas, Porangaba, Anhembi, Pereiras, Bofetes e Torre de Pedra o sistema estava totalmente paralisado até o dia 20 de janeiro.
Para o presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores no Estado, José Guedes Pereira, há falhas na forma como o sistema foi adotado, com pouco treinamento e suporte adequado. Fontes ouvidas pelo Estado afirmam que a resistência dos Ciretrans afeta o sucesso da e-CNH no Interior.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Mauro Augusto Ribeiro, o grande desafio é a capital. "Quando a cidade entrar, vai piorar, naturalmente. Porque o sistema é o mesmo e ainda nem consolidou no Estado." Na cidade de São Paulo são emitidas 29% das carteiras de motorista do Estado.
Para entender
No sistema e-CNH, o candidato deve solicitar seu cadastro pela internet e marcar data para comparecer ao Detran. Lá, precisa deixar dez impressões digitais, assinatura digitalizada e tirar foto. Assim, para o Detran, o controle sobre as carteiras de habilitação ficaria mais rígido.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 20 de janeiro de 2011