O índice, que abrange o intervalo de renda entre 5 e 15 salários mínimos do município de São Paulo, foi puxado no ano passado pelos setores com maior peso no ICVM, como habitação (32,4%), transportes (18,2%), alimentação (17,8%). Segundo Gilson Garófalo, economista da Fecomercio, a distância cada vez menor entre o preço da gasolina e do etanol contribuiu para o aumento do grupo transportes, que teve alta de 0,56% em dezembro e 2,16% nos 12 meses.
"Como o provimento do etanol, no curto prazo, não deve ser restabelecido e o limite desta relação, em favor do etanol, é de até 70%, os usuários de veículos flex começam a preferir o combustível fóssil ao biocombustível", afirma o economista.
Já os preços de veículos novos e usados caíram 5,23%, em média, no ano de 2009, com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de veículos motorizados, estimulando a compra ou troca por modelos novos ou mais atuais.
O grupo habitação apresentou elevação de 0,14% no último mês do ano passado e de 4,11% no período de janeiro a dezembro. A maior participação ficou por conta do subgrupo serviços essenciais de moradia, com destaque para energia elétrica, onde o custo cresceu 10,93%. O único grupo que teve queda em dezembro foi alimentação, registrando um recuo de 0,10%. Porém, no ano de 2009, o setor teve aumento de 3,42% ante os 10,67% de 2008. "Essa queda foi determinante para a diminuição da taxa de variação da alimentação em 2009 em relação ao ano de 2008", explica Garófalo.
As chuvas também prejudicaram a oferta dos produtos do subgrupo hortifrutigranjeiros, que assinalaram variação de 13,93% de janeiro a dezembro de 2009 e 0,30% em dezembro. Em dezembro, o maior aumento foi em despesas pessoais, que tem peso de 12,2% no índice, e registrou um crescimento de 0,66%.
Fonte: Valor Online, 15 de janeiro de 2010