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Representantes do setor de carga estão pressionando o Governo Federal a alterar a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) para elevar a tolerância de 7,5% para 10% sobre os limites de peso bruto por eixo dos caminhões. O resultado dessa medida trará impactos diretos aos cofres públicos e concessionárias, que terão de investir mais na manutenção das rodovias. Consequentemente, a conta disso refletirá no valor dos pedágios. A circulação de veículos cada vez mais pesados, o desgaste dos pavimentos e os custos de manutenção das vias foram amplamente debatidos no 8º Congresso Brasileiro de Rodovias & Concessões, no Mendes Convention Center, em Santos. As informações são da Tribuna.
Na avaliação da professora do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Liedi Bernucci, uma carga maior por eixo ampliará o número de trincamentos, buracos e deformações nas pistas. Ela apresentou uma pesquisa com dados de três rodovias brasileiras (os nomes não foram divulgados) que comprovam o desgaste. Caso o Contran decida ampliar a tolerância de peso, a vida útil de pavimentação nova cairá de 15 para 12 anos. ?Há uma pressão muito grande dos transportadores para a mudança, para escoar produção. Porém, é uma decisão de Estado e uma questão social. Todos nós vamos pagar essa conta?, disse.
De acordo com o docente de Rodovias e Tópicos Avançados em Vias Rurais e Urbanas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, João Fortini Albano, o Brasil possui uma malha rodoviária pavimentada de 219,8 mil km e estimada em R$ 330 bilhões. O problema é que 62,7% dela são considerados péssimos, ruins ou regulares. Ele estima que, se houvesse uma operação tapa buraco anualmente e três recapeamentos em um período de duas décadas nas estradas brasileiras, seria possível economizar R$ 2,088 bilhões por ano. ?A falta de manutenção gera um maior custo operacional dos veículos, contribui para o número de vítimas fatais e provoca uma concorrência desleal com aqueles que seguem as normas?.
Fiscalização falha
Assim como Liedi, Albano destacou que a fiscalização sobre o excesso de peso dos caminhões é muito falha. Além da falta de balanças nas rodovias, vários equipamentos estão quebrados e há uma grande carência de agentes públicos nessa área.
Para aperfeiçoar o monitoramento e dificultar a vida daqueles que burlam as regras, a União planeja aplicar multas proporcionais ao excesso de carga e instalar sensores em algumas estradas para verificar o peso, o que agilizará as abordagens aos condutores.
Fonte: A Tribuna (Santos-SP), 14 de agosto de 2013

Categoria: Geral


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